Foi a presidente Dilma Rousseff quem convenceu o deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB) a se licenciar do mandato por pelo menos quatro meses para cuidar da saúde. Integrante da comitiva presidencial na visita a Porto Alegre e Osório, na semana passada, Mendes levou um puxão de orelhas da presidente, que fiscaliza o tratamento de seu ex-ministro como se ele fosse um filho.
- Você não pode ficar andando para cima e para baixo - disse Dilma ao deputado.
Embora tenha sido declarado curado do tumor no cérebro, Mendes tem dificuldade para caminhar e precisa fazer fisioterapia. Com as viagens semanais a Brasília, não estava conseguindo fazer o tratamento e se ressentia de não poder exercer plenamente o mandato por suas limitações físicas. A licença deve emendar com o recesso parlamentar, garantindo mais tempo para a recuperação. O deputado também deverá suspender as viagens ao Interior para participar de reuniões do PMDB.
Até segunda-feira definido como "um deputado sem microfone", o ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha vai mergulhar na articulação política e já definiu qual será sua tarefa prioritária na Câmara, como substituto de Mendes Ribeiro.
- A prioridade é restabelecer a unidade da basa aliada - disse Padilha na noite de segunda, a caminho de uma reunião com senadores na casa do vice-presidente Michel Temer.
Na prática, caberá a Padilha a tarefa de fazer o que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não consegue: pacificar o PMDB. Com a recuperação de parte da popularidade perdida por Dilma, a tensão com o PMDB diminui.
