Aprovada em 2007 e saudada como uma iniciativa capaz de coibir o furto e o roubo de carros, a Lei dos Desmanches começa, finalmente, a vigorar no Rio Grande do Sul. Serão inauguradas nesta terça-feira em São Leopoldo e Sapucaia do Sul as duas primeiras lojas de autopeças usadas que empregam um sistema de controle desenvolvido pela Procergs e homologado pelo Detran. O ato que marca esta nova fase da lei de autoria do ex-deputado Adroaldo Loureiro está marcado para as 11h, no bairro São Borja, em São Leopoldo.
Quando assumiu a presidência do Detran, em 2011, o agora secretário de Administração, Alessandro Barcellos, elegeu como uma de suas prioridades a regularização dos desmanches. Foram mais de dois anos entre o cadastramento dos desmanches, o desenvolvimento do sistema e o treinamento dos comerciantes.
- Com o cadastramento, fica mais fácil para os órgãos de segurança e o Ministério Público fecharem os desmanches ilegais -afirma Barcellos.
Pelas contas do secretário da Administração, hoje o Rio Grande do Sul tem 758 empresas que vendem peças e componentes usados. Desse total, 328 se cadastraram no Detran para atuar como Centros de Desmanches e 126 estão aptas a iniciar as atividades.
A lei de Adroaldo Loureiro, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, é um instrumento importante para a polícia, mas quem realmente pode quebrar o comércio de peças extraídas de carros roubados é o consumidor. O cadastramento previsto na lei, e que os desmanches sérios passarão a adotar, permitirá que mecânicos e donos de carros só comprem peças com certificado de origem.
De nada adiantará a polícia fazer sua parte se o consumidor não se conscientizar de que não vale a pena pagar menos se estiver correndo o risco de comprar peças de carros roubados. Assim como quem sustenta a indústria do tráfico é o usuário de drogas, quem compra peças de desmanches ilegais pode ter certeza de que está financiando os ladrões que, amanhã, poderão tirar-lhe a vida.