Os gráficos ascendentes de evolução do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) nos últimos 20 anos devem ser motivo de celebração. Eles mostram que, como país, passamos de muito baixo a alto . Em uma escala de zero a um, o índice de desenvolvimento humano das cidades brasileiras subiu de 0,493 para 0,727, um crescimento de 47,5% de 1991 para 2010. Lamentar o que, então? O fato de que a educação, apesar de ter a curva mais acentuada de crescimento, ainda está em 0,637, abaixo dos outros indicadores que compõem o IDHM: a longevidade (0,739) e a renda (0,816). O salto foi notável: em 1991, a educação estava em 0,279.
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento, não reflete a evolução dos últimos dois anos. Logo, não mostra se melhorou, piorou ou se manteve estável no governo de Dilma Rousseff. O mapa que compara o Brasil de 1991 com o de 2010 mostra, em cores, município por município, o quanto o país melhorou nesses 20 anos, o que inclui o governo tampão de Itamar Franco, os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e os dois de Lula. Em 2000, com 0,612, o Brasil estava enquadrado na categoria "médio".
Um ponto a lamentar é a situação do Rio Grande do Sul, que não evoluiu no mesmo ritmo do Brasil. É o sexto em desenvolvimento humano, com 0,746, atrás de Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná. Perdeu uma posição no ranking - era o quinto em 1991 e em 2000 - e tem apenas uma cidade - Porto Alegre - entre as 50 melhores. São Paulo tem 28, e Santa Catarina, 11.
Quando se mergulha nos números do Rio Grande do Sul, uma constatação salta aos olhos: os piores municípios em desenvolvimento humano são, na maioria, os sem asfalto. Isolados dos grandes centros, sem escolas de qualidade e nem condições de desenvolver sua economia, não conseguem sair do lugar. Em último entre as cidades gaúchas, Dom Feliciano tem índice global de 0,587 (baixo). Em educação, a pontuação do município é de 0,390 (muito baixo), mas o lanterna é Charrua, com 0,385.