Se a deputada federal Manuela DÁvila (PC do B) tratou de dizer que não pretende concorrer ao Palácio Piratini pedido que foi feito a ela por Beto Albuquerque , a direção do partido da parlamentar avaliou a situação de forma diferente. E não quis fechar a porta.
Em Brasília, circula uma pesquisa de opinião em que Manuela aparece bem colocada nas intenções de voto ao Piratini. Aliado estratégico da deputada desde 2008 e obstinado em construir um palanque no Estado para a candidatura presidencial de Eduardo Campos (PSB), Beto passou a sugerir que ela concorra ao governo em 2014.
- O Beto é um grande aliado. Isso tudo é possível, a política é dinâmica, mas ainda é cedo, não sabemos como o quadro vai evoluir. Teremos de conversar, ouvir a Manuela e outras opiniões. É um debate que vamos fazer com o Beto e com os dirigentes do PSB - afirmou Adalberto Frasson, presidente do PC do B de Porto Alegre.
Um impeditivo para Manuela concorrer ao Piratini e abrir o palanque a Eduardo Campos é o encaminhamento de apoio do PC do B à reeleição de Dilma Rousseff. No entanto, as certezas deixaram de ser sólidas com os protestos de junho.
- Foi um mês que mexeu com o tabuleiro. Tudo vai depender da evolução do cenário. Não dá para continuar fazendo o mesmo. Tem de fazer mais - analisou Frasson.
Entre os petistas, as declarações de Beto, que tomou a iniciativa de tentar articular a candidatura de Manuela, causaram profundo desgosto. Se lançada, a deputada não representaria apenas uma perda para Dilma, mas também desfalcaria a candidatura à reeleição do governador Tarso Genro.
- Não consigo entender os movimentos do Beto. Ele quer dividir a esquerda. Não é uma boa contribuição - afirmou o deputado federal Ronaldo Zulke (PT).
Henrique Fontana (PT) fez coro.
- Essa obsessão do Beto por candidatura própria não fecha com o que pensa o partido dele. Sei que Manuela não tem essa visão - afirmou o petista.
Na base do PSB, poucos falam em apoiar Manuela e Tarso está desprestigiado. Cogita-se, e muito, a aliança com PDT, PMDB ou PP.
*Interino