Ao anunciar que a presidência da Procempa está garantida para o PTB, depois de todas as falcatruas identificadas pela comissão de inspeção que ele mesmo criou, o prefeito José Fortunati passou uma mensagem que pode ser interpretada como conivência com a má gestão. O partido que comanda a Procempa desde o início do governo de José Fogaça manterá seu feudo, apesar de todas as irregularidades identificadas sob seu comando.
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Ainda que de alcance limitado no tempo e na profundidade, o trabalho da comissão de inspeção é irretocável. Mesmo pressionados, os inspetores vasculharam documentos e encontraram provas robustas de irregularidades que agora serão dissecadas por comissões de sindicância, para apontar as responsabilidades.
Embora seja respeitável a posição de não responsabilizar todo o PTB pelas irregularidades cometidas na Procempa, o prefeito perdeu uma oportunidade singular de devolver à empresa a feição técnica que ela tinha no passado. O aviso dado ao PTB, de que a indicação terá de passar pelo crivo do prefeito, é um tanto óbvia: em última instância, quem nomeia e demite é o governante.
Em nome da governabilidade, a faxina não será completa. Para não desmanchar o arranjo feito na formação do governo, Fortunati nomeou um técnico como interino, enquanto o PTB procura um nome acima de qualquer suspeita para indicar. O prefeito seguiu a lógica adotada pelo governador Tarso Genro, que manteve o PC do B na Secretaria Estadual do Meio Ambiente depois da prisão de Carlos Niedersberg, e pela presidente Dilma Rousseff, que devolveu o Ministério dos Transportes ao PR, mesmo depois de todas as irregularidades descobertas.
