Alvo de críticas ferrenhas e envolto em controvérsias, o projeto da chamada "cura gay" deve voltar a ser discutido na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira. Desde que voltou à tona, o texto de 2011 causa alvoroço entre psicólogos, políticos e ativistas.
A proposta que pretende suspender artigos de resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), segundo os quais profissionais da área não podem atribuir caráter patológico à opção sexual, é rechaçada pelo CFP.
- Existem estudos que avaliam as técnicas de reversão sexual e demonstram a ineficácia desses métodos e os prejuízos psíquicos causados às pessoas que se submeteram. Alguns cientistas, inclusive, já pediram desculpas, dizendo que se equivocaram ao buscar estas técnicas - diz o psicólogo Celso Tondin, conselheiro do CFP.
Presidente da comissão, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) aparece a partir desta terça-feira nos comerciais do partido na TV defendendo a "recuperação dos valores da família verdadeira". Desde que assumiu o cargo, em março, Feliciano é criticado por declarações consideradas homofóbicas e racistas. Ele nega as acusações. As inserções da legenda irão ao ar até quinta-feira, de acordo com o calendário do TSE.
Em entrevista concedida a Zero Hora por vídeo, o psicólogo Celso Tondin explicou que "não há reconhecimento e legitimidade científica" nesta ideia. Confira o vídeo:
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