Conhecido por declarações polêmicas sobre a homossexualidade - recentemente, ele disse que a seca no Nordeste era um castigo de Deus, que estaria irritado com a homossexualidade no mundo - o deputado estadual na Bahia Pastor Sargento Isidório (PSB) é favorável ao projeto de "cura gay", que será votado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
MURAL: O que você acha da decisão do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) de colocar em votação o projeto de "cura gay"?
O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da comissão, anunciou que a proposta do tucano João Campos (PSDB-GO) será votada na próxima sessão, dia 8 de maio. O projeto tem como objetivo barrar uma norma da Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), de março de 1999, que impede os profissionais da área de sugerir aos pacientes tratamentos que busquem a cura da homossexualidade.
- É o cúmulo do absurdo uma nação proibir que os profissionais de psicologia atendam os homossexuais, seja para ficar mais homossexual, seja para recuar para a posição de origem, a posição da criação da raça humana, porque homem nasce homem e mulher nasce mulher - disse Isidório, que falou por telefone com ZH.
O pastor, que se apresenta como ex-homossexual e ex-drogado, tem um centro de atendimento a dependentes químicos e defende a criação de um centro de recuperação para homossexuais para atender aqueles que, voluntariamente, queiram "sair dessa condição":
- Eu sou ex-homossexual, não precisei do serviço de psicologia, porque a minha questão foi espiritual. Conheci Jesus e voltei atrás. Mas com esse atendimento psicológico fica melhor, porque esses homens e mulheres com esse problema não vão ficar só com a questão espiritual, vão ter um profissional para dar orientação.
Durante a entrevista, Isidório classificou o PL 122, que criminaliza a homofobia, como "demoníaco":
- É o projeto da desgraça nacional. Você faz piada com o Papa, o presidente da República, com Deus, não acontece nada, mas você faz piada com uma bixa, um sapatão, você pode pegar cinco anos de prisão. Eles estão querendo ser maiores que Deus.
Marco Feliciano também incluiu na pauta da próxima sessão um projeto que penaliza a discriminação contra heterossexuais, proposto por Eduardo Cunha (PMDB-RJ).