Ao participar da comemoração dos 32 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), na noite desta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff lembrou a trajetória do PT, elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reafirmou que o maior compromisso de seu governo é erradicar a miséria e garantir mais oportunidades aos brasileiros pobres.
Dilma ressaltou a diversidade da composição do PT , que segundo ela, 'tem sido um estuário das velhas e novas tradições de luta', e que conseguiu reunir os que resistiram à ditadura militar, sindicalistas, ativistas de direitos humanos, entre outros.
Lula foi lembrado pela presidenta como 'filho do povo brasileiro' que representou as esperanças do povo por um país melhor. Ao comentar a 'herança' do ex-presidente, Dilma listou avanços econômicos, políticas sociais e o fortalecimento das relações entre o Brasil e os países da América Latina e da África, mas disse que o governo ainda tem pela frente o desafio de acabar com a desigualdade.
- Tivemos avanços, mas não somos partido de contentarmos com o que até aqui foi logrado, achamos que é possível mais, avançar mais. A verdadeira mudança social não deve se resumir à passagem das pessoas da classe D ou E para a classe C, tem que se traduzir em um movimento mais profundo de caráter social.
A presidente também destacou a importância de priorizar a educação dando oportunidades a todos.
-Não se pode perder de vista que é necessário também construir uma sociedade de homens e mulheres educados, fruto de oportunidades obtidas no presente, capazes de construir o próprio futuro e o futuro do país.
A presidenta convocou militantes, intelectuais, pensadores a ajudar na construção de um Brasil mais justo, com mudanças estruturais e também com movimentação de ideias. De acordo com ela, não há mudança social sem mudança cultural.
O ex-presidente Lula, que não pode comparecer à comemoração porque está em fase final de tratamento de um câncer na laringe, enviou uma mensagem aos petistas, rememorando a trajetória do Partido dos Trabalhadores, seus feitos, e agradecendo a militância. Lida pelo presidente do PT, Rui Falcão, a mensagem de Lula destacou a participação da legenda no processo que levou à redemocratização do país e o "modo petista de governar", que tem segundo ele, tem transformado o país.
A comemoração dos 32 anos do PT contou com as presenças de 18 ministros do governo Dilma, do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, do presidente da Câmara, Marco Maia, do presidente da Central Única dos Trabalhadores, Arthur Henrique, de líderes da base governista, representantes de outras legendas de apoio ao governo e figuras emblemáticas do partido, como os ex-presidentes da legenda, José Genoíno, Marco Aurélio Garcia, Ricardo Berzoini e José Dirceu. O prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi o único recebido sob vaias da plateia petista.
A festa petista homenageou o filiado número um do partido, o ex-militante comunista Apolônio de Carvalho, que completaria 100 anos esta semana, com a exibição de um vídeo com a trajetória do fundador e saudações à viúva Renée de Carvalho. A maioria dos oradores recordou os feitos de Apolônio e sua importância para o Partido dos Trabalhadores.