Correção: o mandado de busca e apreensão no comitê do candidato Fernando Marroni (PT) foi cumprido pela Justiça Eleitoral, e não pela Polícia Federal como publicado entre as 20h50min de 23 de outubro e as 10h15min de 24 de outubro. O texto já foi corrigido.
O acirramento da campanha eleitoral em Pelotas culminou em uma busca e apreensão no comitê do candidato a prefeito Fernando Marroni (PT). A medida foi ordenada pela Justiça Eleitoral no âmbito de ação movida por Marciano Perondi (PL), que disputa o segundo turno contra Marroni. De acordo com a campanha do petista, nenhum material irregular foi encontrado na varredura.
O caso envolve busca e apreensão, não há ordem de prisão contra políticos.
Perondi foi à Justiça Eleitoral contra a coligação do adversário e um suplente de vereador do PSOL, questionando a distribuição de cartazes apócrifos e postagens ofensivas contra ele nas redes sociais.
Ao apreciar o caso, a juíza Maria Aline Vieira Fonseca considerou que vídeos anexados no processo "evidenciam a conduta de distribuição irregular, em desacordo com as normas eleitorais, configurando possível abuso de poder econômico e sonegação de gastos eleitorais".
A magistrada determinou a busca e apreensão no comitê, no diretório municipal do PT e em um terceiro endereço, ligado ao suplente do PSOL, mesmo com posição contrária do Ministério Público Eleitoral. Os servidores do Judiciário que cumpriram os mandados foram acompanhados por agentes da Polícia Federal.
A juíza também ordenou a retirada de postagens do Instagram.
O material colado em postes e muros da cidade e espalhado nas redes sociais faz referência a um acidente ocorrido no dia 25 de junho, na BR-116. No episódio, o veículo conduzido por Perondi atropelou um ciclista de 63 anos, que morreu duas semanas depois.
Repercussão
Após o cumprimento da decisão, Perondi disse que é vítima de fake news por parte dos adversários e que o conteúdo dos cartazes é falso e ofensivo:
— Eles tentam iludir as pessoas dizendo que não foi prestado socorro, o que é mentira. Mudam os fatos para tentar ganhar a eleição no grito — afirmou o candidato do PL.
O coordenador da campanha de Marroni, Salvador Martins, disse que nenhum material irregular foi encontrado nas dependências do comitê ou do diretório e garantiu que a campanha não tem ligação com os cartazes apócrifos.
—Esse material não tem conexão com nossa candidatura. Não abordamos esse tema na campanha porque, em nossa concepção, não é um tema político — salientou Martins, atribuindo o caso à tentativa de "criar um fato político".