Um dos principais nomes do PSDB no país, o governador Eduardo Leite minimiza o encolhimento da legenda nas eleições de 2024. Em prefeitos que conquistaram vaga no país, o partido caiu de 523 em 2020 para 273 no primeiro turno de 2024.
No número de vereadores, a queda foi de 4.396 em 2020 para 3.002 neste ano.
Leite pondera que o principal abalo nos tucanos ocorreu ainda em 2022, quando parte dos prefeitos eleitos pela legenda deixou o partido.
— O PSDB entrou nesta eleição de 2024 com 290 prefeitos. Porque em 2022, ao perder o governo de São Paulo, já dezenas ou até centenas de prefeitos deixaram o PSDB. Então, quando se faz a comparação de 2024 com 2020, você vê uma redução muito grande, mas essa redução aconteceu antes com a migração de prefeitos (tucanos para outros partidos) — argumentou Leite.
Sintoma da crise, o PSDB não conseguiu eleger em 2024 um vereador sequer nas cidades de São Paulo e de Belo Horizonte — capitais com forte preponderância tucana nas últimas décadas.
Na mesma resposta a Zero Hora, nesta quarta-feira (9), Leite avaliou que o insucesso do PSDB se deve a um momento de polarização que deixou os tucanos de fora do espectro de atenção do eleitorado.
— É um momento desafiador para o PSDB porque você tem os polos que mais radicalizam, que mais intensamente participam desse debate, consumindo a atenção das pessoas. E o centro (ideológico) com propósito, que o PSDB busca representar, fica mais comprimido — acrescentou Leite.
Leite também considera que a reforma eleitoral que está em gradual implementação no país obriga o PSDB a considerar os cenários de fusão partidária e de ampliação da federação. Atualmente, PSDB e Cidadania estão unidos em uma federação — união que vale para o cálculo de superação da cláusula de barreira.
— O perfil do cenário político partidário no Brasil está se alterando muito em função de uma série de mudanças, inclusive na regra do jogo. Financiamento público de campanha, as questões de tempo de televisão que foram ajustadas, a cláusula de barreira. É um debate que se impõe para o PSDB, sem dúvida nenhuma. A participação nesse cenário com essas regras do jogo impõe ao PSDB discutir fusões, federações ampliadas, se desejar sobreviver como alternativa no cenário político — disse Leite.
No RS, PSDB cresceu
Contrariando a lógica nacional, no Rio Grande do Sul o PSDB cresceu entre 2020 e 2024 — subindo de 27 para 33.
Sob influência direta de Leite, primeiro governador a conseguir a reeleição, cresceu 22,2% em prefeitos no Rio Grande do Sul.