A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que a Justiça Eleitoral no Brasil funciona "muito bem" e que apenas dá cumprimento à lei.
— Quem pratica qualquer ilícito no dia da eleição, antes ou depois da eleição, responde juridicamente, terá dada resposta juridicamente — afirmou durante coletiva de imprensa no Tribunal, após o encerramento do segundo turno das eleições municipais.
Ela havia sido questionada sobre uma eventual demora da Justiça Eleitoral no caso envolvendo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de que a inteligência do governo havia interceptado mensagens do Primeiro Comando da Capital (PCC) orientando voto em Guilherme Boulos (PSOL), que perdeu a disputa para Ricardo Nunes (MDB) na capital.
— Nós estamos dando o resultado de uma eleição de 33 milhões de eleitores nas urnas, duas horas e 15 minutos depois do início do fechamento das urnas. Acho que realmente um caso significa apenas um atestado do êxito da Justiça Eleitoral. Um caso de 51 municípios com mais de 30 milhões de eleitores, convenhamos que é uma Justiça que funciona muito bem — afirmou.
Após a declaração de Tarcísio, sem provas, indicando o apoio do crime organizado a Boulos, a campanha do deputado federal do PSOL ajuizou uma ação no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) para pedir a inelegibilidade do governador e do prefeito reeleito. Também protocolou uma notícia-crime no TSE por "divulgação de fatos falsos durante campanha eleitoral".
Cármen Lúcia reiterou que os próprios jornalistas presentes na coletiva informaram que a questão já havia sido judicializada e que, por isso, não comentaria o caso.
— A Justiça Eleitoral tem prazos curtíssimos e será dada a resposta. Fosse um país onde ficam meses ou semanas para dar a notícia, eu acho que até seria razoável essa ilação de que fica a impressão (de que a Justiça Eleitoral não agiu). Essa é a impressão, realmente, que eu acho que não tem nenhum embasamento — finalizou.