Os dois candidatos à Presidência da República cumpriram suas agendas de campanha nesta sexta-feira (7) buscando conquistar mais eleitores neste segundo turno e inflar as suas militâncias. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), novamente, receberam apoios, mas o dia também foi marcado por ataques.
Confira, a seguir, como foi a sexta-feira dos dois concorrentes ao Planalto – na ordem do resultado das urnas no primeiro turno.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
A sexta-feira do petista foi recheada de compromissos. Durante a manhã, participou de uma caminhada com apoiadores em Guarulhos, na Grande São Paulo. E, na ocasião, concedeu uma entre entrevista coletiva, sendo questionado sobre qual posicionamento tem relação ao aborto. Após dizer ser contra, o petista acrescentou que a discussão é papel do legislativo e que é necessário entender que "a mulher tem supremacia sobre o seu corpo".
Lula ainda criticou novos cortes que o governo Bolsonaro fez na educação e as medidas eleitoreiras do atual presidente, tentando fazer na reta final do mandado aquilo que deveria ter sido feito no decorrer da gestão. O candidato do PT também destacou o crescimento da pobreza no país
Na tarde, Lula se encontrou com a ex-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB). Após declarar que o antigo adversário vai incorporar todas as sugestões de seu programa, como a questão igualitária de salário de homens e mulheres, ela enfatizou "total apoio" à campanha petista. Lula, então, disse que o Brasil sonhado pela emedebista "é possível de ser construído".
Ainda nesta sexta-feira, Lula se encontrou com ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na casa dele, em São Paulo. FHC havia anunciado, na quarta-feira (5), apoio ao petista no segundo turno da disputa presidencial. O encontro foi fechado, mas, no perfil do petista no Instagram, a legenda que acompanha a foto dos dois foi: "Um reencontro democrático com Fernando Henrique Cardoso".
Jair Bolsonaro (PL)
O candidato à reeleição ficou por Brasília nesta sexta-feira, onde recebeu aliados pela manhã, no Palácio da Alvorada. Mais tarde, depois de almoço com jornalistas, ele concedeu uma entrevista coletiva, onde se exaltou ao falar do rival, Lula, e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Exaltado, o presidente criticou a decisão do ministro que quebrou o sigilo de mensagens de um assessor da Presidência, Mauro Cesar Barbosa Cid, como parte das investigações do inquérito das milícias digitais.
Bolsonaro reclamou de multa aplicada contra ele pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é presidido por Moraes, entendendo que Bolsonaro fez propaganda eleitoral antecipada ao reunir embaixadores estrangeiros em Brasília para disseminar informações falsas e infundadas contra as urnas eletrônicas. O presidente também elevou o tom ao falar de Lula, afirmando que o petista está contando mentiras sobre o atual chefe do Executivo não gostar de nordestinos.
Já na parte da noite, Bolsonaro realizou uma live, ao lado da deputada Carla Zambelli (PL-SP), onde atribuiu a queda de homicídios em seu governo, "entre vários fatores", a uma medida adotada por Sergio Moro (União Brasil) quando era seu ministro da Justiça e Segurança Pública: a transferência de Marcola, líder de uma organização criminosa, para um presídio federal. Bolsonaro também votou a rebater a declaração de Lula de que é contra o aborto, e disse que quem acreditar na promessa de "picanha" do ex-presidente e votar nele "não é cristão".
Além disso, Bolsonaro negou cortou o orçamento de universidades federais e disse que se tratava de um contingenciamento que permitiria transferir os recursos no fim do ano, o que, segundo ele, "não tem problema".