Restando apenas 10 dias até o primeiro turno das eleições, a busca por votos se intensifica. Por isso, os quatro concorrentes à Presidência da República mais bem cotados nas pesquisas – pela ordem, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – cumpriram mais uma agenda de campanha nesta quinta-feira (22). Os postulantes ao Planalto participaram de eventos, entrevistas, caminhadas, reuniões e transmissões ao vivo.
Confira, abaixo, como foi o dia dos candidatos.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Nesta quinta-feira, Lula se encontrou com representantes de movimentos e associações de idosos e aposentados em São Paulo. Durante a reunião, o candidato prometeu que, se eleito, irá recriar o Ministério da Previdência e buscará uma atuação mais humanizada na área. Para a área da saúde, defendeu que o Estado deve oferecer gratuitamente especialidades a idosos que precisam de cuidados. Ele ainda destacou a importância de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e de reduzir a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Lula também se encontrou com o ator Lázaro Ramos e com o rapper Emicida, que declararam apoio ao petista.
Já durante a noite, Lula foi sabatinado no Programa do Ratinho, no SBT. Por lá, o petista disse que, em seu eventual novo governo, vai aumentar o salário mínimo usando medidas que adotou em seus mandatos anteriores. Lula ainda disse a Ratinho que Ciro "está surtando" ao fazer promessa de campanha sobre perdão a dívidas e também falou sobre regulação da mídia, afirmando que o projeto se trata de atualizar a legislação sobre o assunto. O petista também alegou que se considera um "socialista refinado" porque defende a propriedade privada, a liberdade de organização e o direito de greve.
Jair Bolsonaro (PL)
Bolsonaro cumpriu agenda em Belém, no Pará, na manhã desta quinta-feira. O candidato do PL, depois de uma motociata, fez seu discurso para apoiadores, onde atacou Lula, seu adversário direto nas eleições, alegando que o petista "continuará no lixo da história" e que "este cara nunca mais vai roubar o povo brasileiro". Ele ainda afirmou que vencerá o pleito no primeiro turno. O presidente fez críticas ao aborto, à ideologia de gênero e à legalização das drogas. Bolsonaro ainda disse que "o Estado pode ser laico, mas o seu presidente é cristão". E exaltou indicadores econômicos do país, ressaltando a queda no preço da gasolina, a deflação mensal e o aumento do Auxílio Brasil.
Depois, o candidato à reeleição foi para Manaus, no Amazonas. Durante comício, ele voltou a pedir para que os apoiadores conversem "com aqueles que pensam diferente" para mudar votos a seu favor, afirmando que não quer "que amanhã aconteça com o Brasil o que atualmente acontece com a Venezuela". Antes do comício, Bolsonaro participou do Seminário 5G.BR, promovido pelo Ministério das Comunicações. No evento, o presidente exaltou medidas tomadas pelo seu governo.
Ciro Gomes (PDT)
Nesta quinta-feira, Ciro esteve em Brasília, onde se reuniu com embaixadores europeus na sede da delegação da União Europeia (UE) no Brasil. A reunião durou cerca de uma hora. No encontro, Ciro foi questionado sobre uma possível ruptura democrática no país. O presidenciável, porém, descartou tal possibilidade.
Após o encontro, o pedetista disse à imprensa que, se eleito, pretende retomar os valores da diplomacia brasileira. Logo após, Ciro participou de uma sabatina promovida pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília, onde defendeu a taxação de grandes fortunas e a renegociação das dívidas. Além disso, prometeu que pretende "diminuir os impostos da classe média e do povão". Ciro ainda atacou Lula, Bolsonaro e o "voto útil", ressaltando que as eleições no Brasil funcionam em dois turnos. O pedetista também realizou uma transmissão ao vivo em suas redes sociais no final do dia.
Simone Tebet (MDB)
Logo pela manhã, a emedebista participou de uma sabatina promovida pelo jornal O Tempo e pela Rádio Super, de Minas Gerais. Simone, caso eleita, pretende propor uma redução durante dois anos do recolhimento ao INSS feito pelas empresas para impulsionar a geração de empregos formais. A candidata também fez uma visita à sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Na saída, ela disse que, se eleita, não fará cortes orçamentários na área de ciência e tecnologia.
Depois, Simone fez uma caminhada pelo polo comercial da Saara, na região central do Rio de Janeiro, onde conversou com microempreendedores, comerciários, lojistas e frequentadores sobre as suas propostas. Antes, ela deu entrevista para a Rádio Saara, onde afirmou que, em um governo seu, "as crianças pobres terão a mesma qualidade da educação que os filhos dos ricos têm". Ela, mais uma vez, criticou a polarização do país, e interpretou uma carta de Fernando Henrique Cardoso que pede votos "pró-democracia" como sendo "mais contra uma candidatura do que a favor de outra".