Nesta quinta-feira (29), pela última vez antes do primeiro turno das eleições, que ocorrerá no domingo (2), as pessoas puderam assistir na televisão à propaganda eleitoral. Com tempos distintos devido à representatividade das coligações na Câmara dos Deputados, os candidatos aproveitaram os poucos minutos para defender por que devem ser votados.
Pela divisão estabelecida pela Justiça Eleitoral, a quinta-feira é reservada aos candidatos à Presidência da República e aos postulantes à Câmara Federal. Falaram, em ordem, Padre Kelmon (PTB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D'Avila (Novo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT). Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Vera Lúcia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB) não atingiram os requisitos mínimos e ficaram de fora do horário eleitoral.
A interrupção da veiculação das inserções com campanhas dos candidatos faltando pelo menos 48 horas para o pleito é prevista pela Justiça Eleitoral. Se houver segundo turno, a propaganda eleitoral será retomada em 7 de outubro, e permanecerá no ar até a antevéspera da eleição, no dia 28 de outubro.
O segundo turno, caso aconteça, será apenas para escolher os candidatos a presidente e/ou governador. Os demais cargos serão preenchidos ainda no primeiro turno.
O que disseram os candidatos a presidente:
Padre Kelmon (PTB) — 25 segundos
Com apenas 25 segundos, o candidato se colocou como o "presidente de direita" e afirmou que "defende os valores cristãos".
Soraya Thronicke (União Brasil) — dois minutos e 10 segundos
A candidata do União Brasil começou a propaganda se apresentando. Advogada, casada, mãe e senadora, ela lembrou que, ao longo do pouco mais de um mês de propaganda eleitoral, teve oportunidade de conhecer e ser reconhecida pelos brasileiros.
Soraya aproveitou os pouco mais de dois minutos na TV para pedir que os eleitores votem com as "suas verdades" e não votem em um "governo autoritário" ou cometam "os erros do passado". E deixou uma mensagem de despedida:
— Seguirei na vida pública, sempre fazendo o que é certo. Prometo diminuir a dor dos brasileiros que estão na fila do SUS, da comida e da desesperança.
Felipe D'Avila (Novo) — 22 segundos
Felipe D'Avila teve pouco tempo para fazer mais do que pedir voto aos eleitores que comparecerem às urnas no domingo.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — três minutos e 39 segundos
Com o maior tempo entre os candidatos, o ex-presidente e representante da Coligação Brasil da Esperança começou a propaganda pedindo voto "pela paz, pela mudança e para vencer o ódio".
Utilizou, também, um poema de Bráulio Bessa ao longo da propaganda. Em meio a falas de Lula, a poesia pedia o fim da violência, da intolerância e esperança no amanhã e no agora. Esperança, aliás, foi a palavra mais repetida na propaganda.
— Quero um Brasil mais justo, mais educado, que garanta à família o café da manhã, o almoço e a janta. Quero cuidar do povo brasileiro, fazer com que se viva bem — disse o candidato, que finalizou com pedido para que as pessoas compareçam à votação.
Simone Tebet (MDB) — dois minutos e 20 segundos
"Ela sim, eles não". Esse foi o mote da campanha da candidata da Coligação Brasil para Todos, repetido neste último dia da propaganda eleitoral na TV. Ela pediu que "não seja uma eleição do medo" e que as pessoas votem "em quem realmente acreditam".
Ressaltou, ainda, a força da mulher e utilizou o depoimento de eleitores para ressaltar suas virtudes. Depois, a própria Simone falou em mudança, esperança e união. Destacou, também, que fará um governo de "amor e cuidado".
— Enquanto eles brigam, eu assumo um compromisso com a verdade — disse a candidata.
Jair Bolsonaro (PL) — dois minutos e 38 segundos
A propaganda do atual presidente e candidato à reeleição pela Coligação Pelo Bem do Brasil começou com falas contra a classe dos artistas, que segundo Bolsonaro defendem "o outro lado" por depender de verba do governo. Em seguida, ressaltou a corrupção em outros governos.
Utilizou o tempo, também, para citar pontos positivos do seu governo, como o preço da gasolina, atualmente abaixo dos R$ 5, o Auxílio Brasil, a criação do Pix e o aumento do modal rodoviário do país. Lembrou, ainda, de seus pilares: Deus, pátria, família e liberdade.
No final, a peça mostrou imagens de manifestações a seu favor. Bolsonaro pediu para que os eleitores vistam verde e amarelo e ergam a bandeira do Brasil no domingo.
— Vamos fazer o futuro vencer o passado — finalizou.
Ciro Gomes (PDT) — 52 segundos
Com pouco tempo de TV, o candidato do PDT aproveitou para pedir que as pessoas votem em quem "apresentar propostas para o mudar o Brasil". Ciro insistiu para que os eleitores "não votem no ruim contra o pior". Ele ainda defendeu o emprego e o poder das urnas. Disse para as pessoas não anularem o voto, e que o façam com "coragem e esperança".
No canto direito da tela e na propagando no rádio, ele ainda pediu para que os eleitores assistam ao debate da Globo, nesta quinta-feira (29), após a novela Pantanal.
— Transformaram a disputa entre quem é mais ou menos —, disse, prometendo sair do campo das acusações e mostrar propostas para o país.