Nesta terça-feira (27), cinco ex-ministros do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) participaram do ato de apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Declararam apoio ao petista Aloysio Nunes Ferreira, José Carlos Dias, Claudia Costin, Luiz Carlos Bresser-Pereira e Paulo Sérgio Pinheiro.
O economista André Lara Resende, que participou do governo FHC e foi um dos articuladores do Plano Real, também declarou seu apoio ao petista, além do embaixador Rubens Ricupero, ex-ministro do governo Itamar Franco.
— Não apenas é importante a eleição do presidente Lula como é importante a eleição imediata para começarmos imediatamente a pensar no futuro — afirmou Lara Resende.
O evento de apoio reuniu ainda Gabriel Chalita, que foi secretário estadual no governo Geraldo Alckmin (na época no PSDB), e Fábio Feldman, que foi secretário estadual do tucano Mário Covas.
Márcio Elias Rosa e Alexandre Schneider, que também foram secretários de Alckmin, participaram do ato de apoio a Lula.
— Alckmin se empenhou muito nessa reunião, nessa construção — destacou o coordenador do plano de governo de Lula, Aloizio Mercadante.
Aloysio Nunes afirmou que há um "patrimônio comum" criado pelo PSDB e pelo PT que está ameaçado sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), e, por isso, defende a eleição no primeiro turno.
— Tem que ser já, não vamos deixar essa pessoa, ferido de morte, nas convulsões finais, com a caneta na mão, podendo criar grandes transtornos. Precisamos começar a trabalhar desde o dia 2 na construção do futuro — defendeu.
José Carlos Dias, que em 2018 votou no PT apenas no segundo turno, afirmou que votar em Lula e em Alckmin é votar pela democracia do país. Já Ricupero disse que Tancredo Neves, se vivo fosse, estaria no ato desta terça-feira.
— Fiquei muito contente com a reunião com a Marina Silva. Foi um compromisso claro com a agenda ambiental. Essa é uma luta que transcende a democracia, é entre a volta da esperança e a perpetuação da barbárie — ressaltou Ricupero.
Marina Silva e Miguel Reale Júnior
Lula conseguiu, nas últimas semanas, o apoio da ex-ministra Marina Silva (Rede), do ex-ministro e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (União Brasil) e dos ex-ministros do PSDB Miguel Reale Júnior, um dos autores do impeachment de Dilma Rousseff, e Sérgio Amaral.
O ato organizado nesta terça-feira pela campanha de Lula é mais um dos eventos no qual a campanha do PT tenta mostrar que há uma aliança entre diferentes setores da sociedade em torno da candidatura do petista contra o presidente Bolsonaro. É também uma demonstração do poder de Alckmin na campanha, candidato a vice com Lula, que articulou parte dos apoios anunciados nos últimos dias.
O movimento pró-voto em Lula contra Bolsonaro no primeiro turno ganhou fôlego nesta reta final da campanha eleitoral. Nas últimas semanas, Lula atraiu antigos aliados que estavam afastados do PT e também políticos que historicamente estiveram em polo oposto na política, como tucanos.