Após 17 anos de impedimento da democracia por conta da ditadura militar, em 1982 os brasileiros voltaram a exercer o direito ao voto direto para escolher governadores. Desde então, já são 10 eleições consecutivas nas quais eleitores vão às urnas e escolhem os chefes dos Executivos estaduais.
No Rio Grande do Sul, o MDB é o partido que coleciona o maior número de governadores desde a redemocratização. Ao longo de 10 pleitos, foram quatro vitórias do MDB (antigo PMDB), duas do PT e duas do PSDB. O PDT e o PDS elegeram um governador cada.
A primeira eleição desta série no Rio Grande do Sul, em 1982, teve poucos concorrentes, mas a história mostraria que se tratavam de oponentes de peso. O eleito em 1982 é Jair Soares (PDS), e os derrotados, Pedro Simon (PMDB), Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). Os três voltariam a concorrer e, um a um, acabariam sagrando-se governadores nas eleições seguintes.
Em 1986, Pedro Simon, que tinha perdido a eleição anterior por menos de 27 mil votos, volta ao páreo e sai vencedor. O ex-senador se torna o primeiro dos quatro governadores do Estado que seriam eleitos pelo PMDB.
Em 1990, Alceu Collares (PDT) elege-se governador, no primeiro pleito realizado após a Constituição de 1988, que introduziu a possibilidade de segundo turno nas eleições. Collares foi o único político pedetista, até hoje, a chegar ao Palácio Piratini. Leonel Brizola, fundador do PDT, em 1979, não entra nessa conta porque chegou ao governo do Rio Grande do Sul pelo seu antigo partido, o PTB, deixando o cargo em 1963, um ano antes do golpe de Estado que inaugurou a ditadura militar.
Em 1994, PMDB e PT chegam ao segundo turno na disputa pelo Piratini. Antonio Britto leva a melhor e recoloca o PMDB no comando do Estado.
Em 1997, o Congresso Nacional cria a possibilidade de reeleição para presidentes, governadores e prefeitos. Britto tenta desfrutar da nova lei e tenta, no ano seguinte, votos para um segundo mandato. Contudo, perde a disputa e inaugura a tradição de que o RS não reelege governadores.
Quem vence em 1998 é Olívio Dutra (PT), em sua terceira tentativa de ser governador do Estado. O ex-prefeito de Porto Alegre derrota Brito e leva o PT ao seu primeiro governo do Rio Grande do Sul.
Virada do milênio
Muda o milênio, mas a disputa de segundo turno entre PMDB e PT é reeditada. Em 2002, Germano Rigotto é eleito e realiza o terceiro governo do PMDB do Estado.
Em 2006, o PSDB gaúcho abandona a tradição de indicar os nomes dos vices em chapas estaduais e lança, pela primeira vez, uma candidatura própria ao Piratini. A ousadia dá certo e o PSDB tem a sua primeira experiência no comando do Estado com Yeda Crusius.
Em 2010, Tarso Genro (PT) repete a postura de insistência de seu colega de partido, Olívio Dutra. Tarso tenta o governo do Estado pela terceira vez e, nessa oportunidade, sagra-se governador no primeiro turno. É o PT iniciando o seu segundo governo do Estado.
Em 2014, os eleitores decidem que PT e PMDB devem, novamente, disputar um segundo turno. José Ivo Sartori vence e o PMDB recebe a procuração para tocar a sua quarta gestão estadual.
Em 2018, o PSDB volta a lançar candidatura própria. Dá certo. Aos 33 anos, Eduardo Leite (PSDB) se torna o mais jovem governador desde a redemocratização e o segundo tucano a comandar o Palácio Piratini.
Em 2022, uma mudança de cenário: o partido que mais vezes elegeu governadores do Rio Grande do Sul, desta vez, não tem candidato próprio. O MDB (antigo PMDB), que disputou todos os pleitos desde 1982, decide em 2022 abrir mão da candidatura própria e participar das eleições indicando o vice.
Os partidos que têm candidatos ao governo do Estado em 2022 são: PSDB, PT, PDT, PSB, PP, PL, PSC, PSTU, Novo, PCB e PCO.