O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, evitou na noite deste domingo (28), no primeiro debate presidencial das eleições na TV, dizer como bancar a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 a partir de 2023, mas disse que a medida será feita com responsabilidade fiscal. O encontro entre seis presidenciáveis é realizado na noite deste domingo (28) por um pool de veículos de comunicação: Band, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo.
— De onde retirar dinheiro? Tenho conversado com a equipe econômica, acertado com eles, com responsabilidade fiscal. Como conseguir recursos? Não roubando, não metendo a mão no bolso do povo — disse.
Em resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal rival na disputa pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que pode negociar com o Congresso, após as eleições, a verba para bancar o benefício no ano que vem.
Bolsonaro citou o lucro das estatais em sua gestão para se contrapor a escândalos de corrupção na Petrobras durante os governo petistas, apesar de ter feito críticas recentemente ao lucro e à distribuição de dividendos da estatal a acionistas. O candidato também falou em diminuir impostos e aumentar a arrecadação, mas rejeitou a proposta de taxar grandes fortunas.
O candidato do Novo à Presidência da República, Felipe D'Ávila, defendeu que investimentos da iniciativa privada são primordiais para ajudar a reduzir o desmatamento no Brasil.
Questionado pelo ex-presidente Lula sobre a pauta ambiental, ele prometeu que, caso seja eleito, transformará o país na "primeira nação carbono zero" entre as principais nações do mundo:
— O Brasil tem potencial para sequestrar 50% do carbono do mundo plantando árvores em terras degradadas. Isso vai gerar progresso no Brasil. Vamos criar o emprego verde, esse emprego de serviços ambientais, da bioeconomia, é investimento fundamental para retomada do crescimento econômico.
O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi filiado ao Novo, partido de D'Ávila. Atualmente deputado federal por São Paulo, ele ficou conhecido por ter defendido deixar "passar a boiada" nas questões ambientais, enquanto a imprensa estava dedicada à cobertura da pandemia. Salles foi expulso da sigla pela atuação no governo.