O cadastramento biométrico em 71 municípios gaúchos que ainda não usam as digitais para reconhecer o eleitor será mantida no segundo turno, marcado para 28 de outubro, mesmo com as longas filas registradas nas seções eleitorais no domingo (7). A confirmação foi feita na manhã desta segunda-feira pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS).
Diferentemente do que foi informado pelo TRE no domingo, o procedimento não foi considerado um teste, mas uma etapa do cadastramento que todos os 3 milhões de eleitores dessas cidades precisarão passar.
O tribunal solicitou ao Instituto Geral de Perícias (IGP) os dados desses 3 milhões de eleitores. O IGP retornou enviando as digitais de 1,4 milhão de pessoas. Quando este eleitor chegava ao local de votação, o mesário coletava a digital antes de liberar a urna. O secretário de Tecnologia da Informação do TRE-RS, Daniel Wobeto, reconhece que houve falha neste processo.
— Realmente houve falha de comunicação com os mesários. Eles não estavam sabendo e isso foi um dos fatores que atrasou o processo do primeiro turno. O mesário tinha dificuldade de se entender com o eleitor sobre o que estava acontecendo, o que ocasionou perda de tempo — diz Wobeto.
O cadastramento foi realizado por orientação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além do Rio Grande do Sul, outros três Estados conseguiram dados de eleitores e fizeram o procedimento: Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. Por questões financeiras e de segurança, a medida será mantida para o segundo turno no RS. Os mesmo eleitores que passaram pela verificação neste domingo terão de usar as digitais para terem a urna liberada.
Somente em novembro, o tribunal saberá quantas digitais serão aproveitadas. Mesmo aquelas que estarão aptas não irão impedir que estes eleitores tenham que comparecer ao cartório eleitoral quando o cadastramento for aberto, a partir de novembro. O TRE ainda precisará pegar outras informações destes eleitores. Mas Wobeto acredita que o tempo de permanência na fila será menor, o que irá permitir que mais pessoas sejam atendidas ao mesmo tempo.
O TRE também estima que irá economizar R$ 5 milhões realizando este cadastramento durante os dois turnos da eleição de 2018. O valor corresponde a 1/6 do orçamento anual do investimento e custeio do tribunal.
Alguns fatores nos levam a acreditar que o segundo turno vai ter menos problemas. Muitos eleitores já não vão mais questionar isso. E teremos uma votação mais rápida.
DANIEL WOBETO
Secretário de Tecnologia da Informação do TRE-RS
Para o segundo turno, a expectativa é de que o procedimento seja melhor absorvido pelos eleitores.
— Alguns fatores nos levam a acreditar que o segundo turno vai ter menos problemas. Muitos eleitores já não vão mais questionar isso. E teremos uma votação mais rápida — ressalta Wobeto.
Além disso, o TRE vai usar os problemas do primeiro turno para reforçar a orientação nas seções onde houve mais dificuldade. Os mesários receberão treinamento para atender o eleitor.
— Nós entendemos que era a única oportunidade para pegar essas biometrias, fazer validação na urna para depois podermos importar no cadastro e obter os ganhos que pretendemos ter em desempenho do recadastramento biométrico no futuro.
Se não faltam recursos financeiros para o tribunal, a partir de 2022 todos os 497 municípios gaúchos estarão com a biometria implementada.