O ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) foi eleito neste domingo (28) governador do Rio de Janeiro. Com 87,24% das urnas apuradas, Witzel atingiu 60,68% dos votos válidos. Eduardo Paes (DEM) ficou em segundo lugar, com 39,32%.
Em sua primeira eleição para um cargo público, Witzel passou boa parte do primeiro turno com menos de 5% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais. Apenas na última semana antes das eleições as pesquisas registraram a disparada de Witzel, que terminou o primeiro turno na primeira colocação, com 3,15 milhões de votos, atrelado ao candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL). No segundo turno, liderou toda a corrida eleitoral, apesar de Eduardo Paes (DEM) ter se aproximado dele no final.
Com o lema "Mudando o Rio com Juízo", Witzel aliou sua imagem de político novo com a sua experiência na magistratura para criticar as gestões de Sérgio Cabral (2007 a 2014) e de Luiz Fernando Pezão (governador desde 2014) e angariar o apoio do eleitorado.
Seus principais eixos de governo são a reorganização das contas públicas do Estado, que passa por uma crise orçamentária há três anos; o combate à corrupção e a prioridade para a segurança pública.
Como proposta para acabar com a crise financeira, Witzel propõe o estímulo à atividade econômica e o combate à evasão fiscal para aumentar a arrecadação do Estado, ao mesmo tempo em que reduz a carga tributária. Também propõe uma melhoria da gestão do serviço público.
Em relação à corrupção, a proposta de Witzel inclui a reestruturação dos órgãos de controle do Estado, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que teve quase todos seus conselheiros envolvidos em corrupção no ano passado. O governador eleito também propõe incorporar as 10 medidas de combate à corrupção elaboradas pelo Ministério Público Federal (MPF) e replicar o modelo investigativo da Lava-Jato no Estado.
A segurança pública é a terceira bandeira prioritária de Witzel. Entre suas propostas para a área, está extinguir a Secretaria de Segurança e elevar a Chefia de Polícia Civil e o Comando de Polícia Militar ao status de secretarias. A ideia é que os dois novos secretários e o governador componham um gabinete de segurança pública para que Witzel tenha controle direto sobre a área.
A proposta é que o gabinete seja assessorado por um comitê formado por integrantes do Judiciário, do Ministério Público e de forças federais (Polícia Federal e Forças Armadas).
Para a Polícia Militar, são propostas 15 medidas, entre elas a reformulação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), recuperação gradativa do salário dos policiais e autorização para que policiais matem pessoas que estejam portando armas de uso restrito das forças armadas.
Para a Polícia Civil, é prevista a criação de uma central de inteligência, onde será possível trocar informações com outros órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Conselho de Controle das Atividades Finaceiras (Coaf) do Ministério da Fazenda.