O último debate dos candidatos à Presidência da República antes da eleição de domingo (7) está sendo transmitido nesta quinta-feira (4) pela Rede Globo. O encontro é mediado pelo apresentador William Bonner e tem quatro blocos. Foram convidados os candidatos com direito garantido por lei ou que alcançaram 6% ou mais na pesquisa eleitoral divulgada em 28 de setembro.
Estão participando Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Não participam Jair Bolsonaro (PSL), em recuperação do atentado sofrido no mês passado, Cabo Daciolo (Patriota), João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (Democracia Cristã) e Vera Lúcia (PSTU).
No bloco inicial, com tema livre, o primeiro a perguntar foi Ciro. O pedetista questionou Marina sobre a possibilidade de o presidente eleito sofrer um novo impeachment diante da polarização política, como após o pleito de 2014. A candidata da Rede disse que não haverá condições ideais de governabilidade se "continuar sendo feita a política do medo"
— Temos a condição, com o voto, de fazer a mudança. Se permanecer essa guerra, o Brasil vai ficar mais quatro anos de completa instabilidade política, econômica e social — disse Marina.
Alckmin chamou ao púlpito Haddad e questionou como será o governo do PT. Disse que Dilma Rousseff e o PT quebraram o país. Haddad disse que o governo petista foi responsável com as contas públicas.
— Vamos recuperar as contas públicas, mas não como vocês querem, cortando os direitos trabalhistas — disse o petista.
Alvaro Dias se propôs a perguntar a Meirelles, mas o seu tempo terminou antes de ele concluir o questionamento. O candidato do MDB utilizou, então, o espaço para falar sobre suas propostas, como criação de empregos e melhoria na segurança pública. Na réplica, Alvaro mostrou um papel e disse que ali estava a pergunta para o candidato do PT e que Haddad deveria levar a Lula, preso em Curitiba (PR).
Boulos, ao citar a reforma trabalhista, disse que Alckmin e Bolsonaro são contra os trabalhadores, sustentando que direitos foram retirados com a medida. Então, perguntou por que não foram cortados privilégios. O tucano comentou que reforma trabalhista foi importante para "acabar com os sindicatos" e que "nenhum direito foi tirado".
— Então é uma inverdade o que está colocado. O que o Brasil precisa é voltar a crescer e, para isso acontecer, precisamos fazer reformas como a reforma política, a reforma da Previdência e a reforma tributária. Vou enxugar a máquina, privatizar, recuperar a confiança e o Brasil vai voltar a crescer — ressaltou o tucano.
O candidato do PSOL rebateu dizendo que, de fato, os dois candidatos estão em lados opostos. Na sequência, criticou o auxílio moradia e disse que, se eleito, revogará a reforma trabalhista.
— Tu é da turma dos privilégios. Eu, da turma dos direitos. Dizer que a reforma não tirou direitos é brincar contigo que está nos assistindo, que sabe o quanto é difícil hoje encontrar emprego com carteira assinada.
Meirelles disse que "essa história de salvador da pátria nunca dá certo", em clara alusão a Bolsonaro e a Fernando Collor, deposto em 1992. Continuou a fala dizendo que, naquele ano, a inflação voltou "e tudo terminou em desastre". Na sequência, falou que o Brasil precisa de competência, experiência e proposta concreta. E perguntou a Ciro Gomes "por que um salvador da pátria daria certo agora?"
O pedetista disse que quer oferecer ao povo brasileiro um novo caminho, pois os problemas de governos anteriores passaram também por questões econômicas como fechamento de comércios e indústrias.
— É uma coisa absolutamente grave e complexa o momento brasileiro. E, no cenário internacional, há uma guerra importante comercial dos Estados Unidos com a China exigindo muita experiência e capacidade de intervenção. Enquanto isso, o Brasil dançando na beira do abismo — disse Ciro