O candidato à presidência da República Alvaro Dias (Podemos) garante que, se eleito, isentará o Imposto de Renda (IR) para quem ganha salário de até R$ 5 mil. Atualmente, somente quem recebe até R$ 1.903,98 não necessita pagar o IR na fonte. Em passagem pela Expointer, na tarde desta sexta-feira (31), Dias disse que a medida entraria no contexto de uma proposta de reforma tributária, a ser encaminhada ao Congresso nos primeiros meses de um eventual governo seu.
Segundo o candidato, a implementação da medida significaria uma renúncia de R$ 1,5 bilhão por ano na arrecadação e atingiria mais de 8 milhões de brasileiros. Para ele, os valores poderiam ser retornados aos cofres da União por meio do aumento do consumo da população. Além disso, Dias quer unificar os diferentes tipos de tributos existentes hoje em um único imposto, o que, segundo ele, geraria uma redução da carga tributária.
— Quem vai pagar mais (imposto) é quem ganha mais. Vai se pagar na renda, menos no consumo. Hoje, há uma inversão e isso penaliza as classes menos favorecidas — apontou.
O senador pelo Paraná ainda criticou o sistema financeiro, dizendo que existe um “monopólio” entre os quatro maiores bancos do país, que respondem por 80% da oferta de crédito. Nesse sentido, ele afirmou que é necessário aumentar a competição, para reduzir a taxa de juros a “4% ou 5%” e tornar os recursos mais acessíveis ao setor produtivo.
— Nos transformamos em um país refém do sistema financeiro. Se quisermos liberar crédito para o setor produtivo, temos de fazer um grande ajuste fiscal, que vai possibilitar uma melhor administração da dívida pública, com a emissão de menos títulos públicos para a transferência ao setor privado da capacidade creditícia do país, se estabelecendo uma competição no mercado para reduzir a taxa de juros — salientou.
O desejo de contar com o juiz Sergio Moro em um eventual ministério foi reafirmado por Dias nesta sexta. Segundo o ex-governador paranaense, o convite público a Moro realizado em reiteradas ocasiões durante a campanha não tem o objetivo de constrangê-lo.
— O convite foi feito publicamente como uma homenagem, pelo fato dele ter se tornado um ícone da nova Justiça que o brasileiro deseja e também porque quero transformar o combate à corrupção em uma política de estado — destacou.