O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, fez novas declarações polêmicas nesta terça-feira (7). O deputado fluminense afirmou que, se eleito, vai retirar a Embaixada da Palestina do Brasil, confundiu indolência com indulgência ao tentar justificar uma declaração de seu vice em Caxias do Sul e falou em ensino a distância para combater marxismo.
Sobre o território no Oriente Médio que é motivo de discórdia entre palestinos e israelitas, Bolsonaro afirmou que "a Palestina não é um país". Para ele, a representação diplomática não pode existir em Brasília.
— A Palestina não sendo país, não teria embaixada aqui. Não pode fazer puxadinho, se não daqui a pouco vai ter uma representação das Farc aqui também — afirmou Bolsonaro, citando as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, organização paramilitar que atuou por cinco décadas na guerrilha local e que chegou a um acordo de paz com o governo do país em 2016.
O presidenciável ainda criticou as negociações feitas pelo gestão da ex-presidente Dilma Rousseff com os palestinos.
— A Dilma negociou com a Palestina e não com o povo de lá. Você não negocia com terrorista, então, aquela embaixada do lado do (Palácio do) Planalto, ali não é área para isso.
Questionado sobre como será sua atuação na política internacional, Bolsonaro afirmou que buscaria ampliar o diálogo com Israel, com os Estados Unidos e com a Europa.
Bolsonaro garantiu ainda não estar constrangido com a fala do general Hamilton Mourão (PRTB), vice de sua chapa, sobre as heranças culturais ibérica, indígena e africana. Em um evento na segunda-feira (6), em Caxias do Sul, o militar disse que a "indolência" é um traço da cultura indígena. Para o presidenciável, a palavra tem relação com a "capacidade de perdoar".
— O que é a indolência? É a capacidade de perdoar? Veja aí no dicionário. É a capacidade de perdoar? O índio perdoa. Não é isso? Que mais? Malandragem (que, segundo Mourão, seria oriunda do africano). Esperteza. É a mesma coisa? É isso? Ohhhh. Me chamam de malandro carioca o tempo todo. O que mais? — questionou Bolsonaro, de acordo com o jornal O Globo.
O significado do vocábulo, entretanto, está ligado à preguiça, ócio, indiferença, ausência de dor ou fraqueza. A "capacidade de perdoar" citada por Bolsonaro seria sinônimo da palavra "indulgência", não "indolência".
Bolsonaro ainda propôs o ensino a distância como solução para acabar com a doutrina marxista.
— Com o ensino a distância você ajuda a combater o marxismo. E você pode começar a fazer o ensino a distância uma vez por semana. Você ajuda a baratear o ensino no Brasil — revelou ao ser perguntado sobre suas propostas para a educação, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
Ele complementou indicando em quais ocasiões essa modalidade de ensino seria adequada.
— Pode ser para o ensino fundamental e médio, até universitário. Todos a distância... Pode ser, depende da disciplina. (Ensino) fisicamente é em época de prova ou então em aulas práticas.