O PT vai trabalhar para que o empresário Josué Gomes (PR) não aceite ser candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições 2018, como acertado na negociação dos partidos do "Centrão" com o pré-candidato tucano. Na segunda-feira (23) o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), deve se encontrar com o empresário para oferecer a vaga de vice-governador na disputa pela reeleição em Minas Gerais
Pimentel vai argumentar com Josué que vale mais a pena compor uma chapa estadual com chance de vitória, na visão do atual governador, do que uma coligação nacional para presidente que no melhor cenário das pesquisas de intenção de voto não ultrapassa 7%.
Na quinta-feira, 19, o PR de Josué e os outros partidos do Centrão encaminharam um acordo com o PSDB no qual o empresário seria vice do tucano.
Nesta sexta-feira, 20, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que ouviu do próprio Josué a promessa de que ele não aceitaria ser candidato a vice de outro candidato se não o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado pela Operação Lava-Jato.
— A última vez que conversamos com o Josué ele disse para mim que seria vice de só uma pessoa, Luiz Inácio Lula da Silva — disse Gleisi. Segundo ela, a conversa ocorreu cerca de um mês atrás.
— Ele é do PR. O PR já definiu a aliança em que está — completou a senadora.
A presidente do PT definiu a possível aliança entre Alckmin e o Centrão como um pacto das velhas forças políticas brasileiras.
— Esta é uma aliança que retoma o pacto das velhas elites brasileiras. Representantes de quem deu o golpe para continuar a retirada de direitos e a entrega do País — disse Gleisi.
A estratégia do PT é polarizar com Alckmin e carimbar nele a imagem de representante do governo Temer. Segundo Gleisi, a aliança vai carregar o passivo de ter apoio do governo Michel Temer (MDB).
— Brincaram comigo que eles têm muito tempo de TV. Eu disse que vão precisar de mais tempo ainda para justificar toda a lambança que fizeram no Brasil. O Alckmin, por exemplo, justificar porque apoiou o Temer — disse Gleisi.
— Para nós, ele tinha dito que não aceitaria. Esperamos que ele cumpra a promessa —acrescentou o ex-ministro petista Gilberto Carvalho.
Negociação de aliança com PCdoB, PSB e Pros
Após conversar com o PCdoB para uma aliança na campanha presidencial, o PT fará uma nova investida tentando um acordo com o PSB na disputa. Durante reunião da Executiva nacional do partido, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que vai procurar novamente o PSB para uma conversa na semana que vem.
Em mais uma tentativa de atrair os pessebistas, o PT adiou para 2 de agosto os encontros estaduais que definiriam candidaturas em Estados como Pernambuco, Amazonas, Amapá, Paraíba, Maranhão, Tocantins e Rondônia. A ideia é aguardar a posição do PSB para se posicionar nesses lugares. Além do PCdoB e do PSB, o PROS também foi citado pela dirigente petista no pretenso arco de alianças.
Em outro aceno em direção ao PSB, Gleisi afirmou que o partido não fará um embate direto com o governador Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição em São Paulo. Ela negou, no entanto, um acordo para abrir mão da candidatura de Luiz Marinho na corrida estadual.
— Nosso embate aqui é com o Doria e com o Skaf, com essas figuras. Se tivéssemos uma aliança com o PSB agora, a possibilidade de estarmos juntos no segundo turno (em São Paulo) seria muito grande — afirmou Marinho.
O PT pretende registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, no dia 15 de agosto. A escolha do vice, disse Gleisi, pode ocorrer tanto na convenção do partido, marcada para dia 4, como no dia do registro. A possibilidade de outro partido, em caso de aliança, indicar o nome para a vice de Lula é "muito grande", reforçou Gleisi.