Assumindo a cadeira pela quarta vez, Nestor Tissot (PP) foi reeleito como prefeito de Gramado para os próximos 4 anos com 78,20% dos votos válidos, ou 18.553 votos. Ele já tinha sido eleito em 2008, 2012 e 2020.
Para o novo mandato, Tissot planeja dar continuidade aos projetos já iniciados no mandato anterior, como na saúde, trabalhando na municipalização do Hospital Arcanjo São Miguel — que era privado e foi adquirido pela administração pública em novembro de 2023 por cerca de R$ 30 milhões — e na construção de unidades básicas de saúde (UBSs). Na educação, pretende seguir investindo nas estruturas e na forma de contratação de profissionais.
Já na questão do turismo, a ideia é trabalhar nas estradas do interior para criar novos roteiros e pontos turísticos, além de facilitar a vida dos produtores.
Confira a entrevista completa abaixo
Pioneiro: Quais são as prioridades para os próximos 4 anos?
Nestor Tissot: "A questão da saúde. Nós compramos o hospital (Arcanjo São Miguel) aqui, vamos encerrar o pagamento e já estamos trabalhando para a instalação. Aí passa pelas áreas de UBSs do município, que nós estamos construindo duas e vamos terminar as obras em meados de 2025. É oferecer saúde mais perto do cidadão e saúde cada dia melhor, com tratamento, ampliação de atendimento, tudo mais. E educação da mesma maneira, vamos continuar priorizando. Nós melhoramos muito a nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), porque investimos tanto em área física como em treinamento de pessoas, contratação de profissionais e qualidade na merenda escolar. Então, tudo isso nos deu números muito positivos, vamos continuar crescendo. Já no interior, nós temos um projeto antigo, que vem de outras gestões, que é o asfaltamento das nossas estradas. Nós já avançamos muito, e a gente está percebendo que o turismo vai acontecer ainda mais nessa região. Além das pessoas que moram lá, que produzem, que têm seus negócios e que vendem seus produtos para o turista, vemos que ele está muito satisfeito porque ele vem e volta do interior para o centro da cidade todo dia numa estrada segura, asfaltada."
Quais são as áreas que mais necessitam de atenção e como pretende trabalhar nelas?
Tissot: "A mobilidade urbana é um dos problemas que a gente tem aqui, de difícil solução, porque a geografia do nosso município é pequena, nós temos duas ruas na cidade e, através da cidade, não tem o que fazer, só túneis ou vias aéreas, coisa assim. E o anel viário, que é uma obra também em função dos declives que nós temos aqui na área mais próxima da área urbana, é de difícil prospecção, recursos muito grandes, mas, por exemplo, a gente tem medidas alternativa. Eu já fiz toda a infraestrutura asfáltica da saída da cidade pelo nosso interior, alternativas para sair por Três Coroas, Igrejinha, Santa Maria do Herval e Nova Petrópolis. Paralelo a isso, vamos tomar uma medida sobre a carga e descarga do nosso comércio, vamos limitar horários, porque é um fluxo de caminhões muito grande, 10 horas por dia dentro da cidade, isso atrapalha muito. Também vamos ver da questão do recolhimento do lixo à noite, para poder deixar mais tranquilo o dia."
Qual é o seu entendimento sobre o fortalecimento das demandas da região?
Tissot: "Cada município tem uma particularidade. Por exemplo, se tu vais criar uma via de acesso, que nem um aeroporto, ela é comum para todos os municípios. Agora, eu preciso construir um deck para explorar a minha paisagem aqui no interior. Bom, talvez não seja o mesmo projeto que os demais municípios precisam. Então, o projeto único, a não ser de sinalização turística, isso beneficia todo mundo. Mas não temos muitos projetos em comum, porque cada município é diferente. Agora, isso não impede de a gente estar unido na questão do turismo. O que vale é a matriz econômica. Bom, o que o Gramado precisa? O que o Bento Gonçalves precisa? O que o Caxias precisa? Aí cada um apresenta seus projetos separadamente, a sua necessidade, mas o governo tem que dar atenção. "Ah, são 10 projetos diferentes". Então tá, vai dar R$ 100 milhões por exemplo. Eu acredito que essa discussão tem que acontecer com os diferentes projetos, mas todos eles em cima do turismo. Então, nós podemos estar juntos."