Grades de metal foram instaladas em frente à entrada do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe), em Caxias do Sul. Diante do fechamento da área, os manifestantes, que são contrários ao resultado da eleição para a Presidência e estavam instalados no local desde o início deste mês, transferiram barracas e demais estruturas para o outro lado da rua, na Avenida Rio Branco — alguns manifestantes se mantiveram, domingo (20), no mesmo lado da rua de onde está localizado o Exército, mas não mais na frente do portão de entrada. Na manhã deste domingo (20), grupos de pessoas se concentravam ao longo da avenida, na calçada, sem bloquear o trânsito.
A medida ocorre após uma recomendação por parte do Ministério Público Federal (MPF) para retirada de qualquer estrutura que estiver instalada em área da União sem autorização. A notificação, direcionada ao comando do 3º GAAAe, ocorreu na última sexta-feira (18), com prazo de até terça para uma resposta oficial, segundo o MPF. Conforme o procurador da República Fabiano de Moraes, a recomendação é uma ferramenta utilizada para que se evite recorrer à adoção de medidas judiciais.
— Tem o prazo para adotar as medidas necessárias para retirada ou, caso entendam que não devem realizar a medida recomendada, justificar fundamentadamente. Se nós, no MPF, entendermos como insuficiente a resposta que apresentarem, provavelmente adotaremos uma medida judicial — detalha Moraes.
À reportagem, uma fonte do Exército, que preferiu não se identificar, confirmou que a instalação das grades ocorreu após a notificação do MPF. Segundo ela, houve uma conversa pacífica com os manifestantes e entre eles mesmos, que decidiram por desocupar a área em frente ao quartel, acrescentando que "a grade visa a somente delimitar a área militar" e que, até o momento, as manifestações "não geraram problemas para a rotina do 3° GAAAe".
Os manifestantes estavam instalados na frente dos portões de acesso ao 3° GAAAe há mais de 15 dias, com com tendas, barracas de acampamento, banheiros químicos, faixas e cartazes. Aos finais de semana e no feriado do dia 2 de novembro (Finados), houve fechamento de trecho da rua durante atos mais volumosos.
A reportagem contatou a prefeitura de Caxias do Sul para saber se houve alguma reclamação sobre a nova ocupação na área de calçada e estacionamento de veículos na Avenida Rio Branco. A assessoria de imprensa respondeu que não haviam sido registradas reclamações até o momento e que o grupo pode ocupar o local desde que não bloqueie a passagem de pedestres.