A 14 meses para as eleições gerais de 2022, os partidos ainda recuam quando questionados quanto aos nomes no páreo para disputar os cargos de deputado estadual e federal. Embora resguardem os cotados para a disputa, cogitações e rumores de bastidores apontam cenários, muitos dos quais respaldados por militantes. Em uma garimpagem preliminar, a partir de rumores, bastidores e do ambiente e do cenário eleitoral, a reportagem recolheu 21 nomes caxienses (quadro abaixo) que já estão sendo colocados para a disputa eleitoral à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal em 2022. Nem todos irão concorrer, mas frequentam as especulações. Um dos nomes pelo menos frequenta as duas listas.
Os atuais mandatários de Caxias na Assembleia Legislativa já são pré-candidatos à reeleição. Carlos Búrigo (MDB), Neri, O Carteiro (hoje no Solidariedade, mas que deve migrar para o PSDB e o único a concorrer por esse partido em Caxias) e Pepe Vargas (PT) devem tentar retomar suas cadeiras, sem pretensões pela Câmara Federal.
Já dos atuais vereadores, Rafael Bueno (PDT), Adriano Bressan (PTB), Sandro Fantinel (Patriota), Elisandro Fiuza (Republicanos) e Denise Pessôa (PT) são nomes cotados para concorrer à Assembleia. A petista, entretanto, estaria também sendo cogitada para disputar a Câmara dos Deputados visando, assim, não dividir votos com Pepe Vargas. Na última eleição, o PT realizou estratégia semelhante e lançou na época Rodrigo Beltrão, hoje no PSB, para disputar a Câmara Federal. A presidente municipal do PT, Joceli Veadrigo também é um nome sondado para concorrer à deputada federal.
Velocino Uez (PTB) e Juliano Valim (PSD) também são sondados para concorrer. Valim, inclusive, foi convidado para disputar uma vaga à Câmara ou à Assembleia. Contudo, disse que pretende se dedicar ao mandato como vereador, embora não negue pretensão em concorrer a deputado estadual "no futuro". Velocino, da mesma forma, disse não ter interesse pessoal em disputar eleições, mas se denominou "soldado do partido".
Outros dois vereadores estão sendo cogitados, mas para disputar a Câmara dos Deputados: Wagner Petrini (PSB) e Felipe Gremelmaier (MDB). No MDB, além de Gremelmaier, comenta-se da possibilidade de Germano Rigotto e doo ex-vereador e ex-deputado Mauro Pereira surgirem como candidatos, ambos para federal. Já no PDT, além de Rafael Bueno, Edson Néspolo surge como nome potencial para disputar a Assembleia.
Vale lembrar que, na eleição de 2018, Caxias do Sul elegeu os deputados Pepe e Neri para a Assembleia. Búrigo, como primeiro suplente do MDB, herdou uma cadeira, tornando-se titular, com a eleição de Sebastião Melo (MDB) para prefeito de Porto Alegre. Já para a Câmara Federal, Caxias do Sul e a região não elegeram representante. Somente este ano é que Paulo Caleffi (PSD) assumiu como único representante da região, de forma temporária, na vaga de Danrlei de Deus, nomeado secretário de Esporte e Lazer no governo do Estado.
Situações diferentes entre ex-prefeitos
Avesso a conversar com a imprensa, os planos sobre o futuro político do ex-governador do Estado e ex-prefeito de Caxias, José Ivo Sartori (MDB), são sempre uma incógnita. Desde sua saída do Piratini, entretanto, muito se especula sobre suposto interesse de ele concorrer ao Senado federal, rumor que naturalmente ganha mais força na proximidade da eleição.
— O Sartori é tipo o (ex-governador) Alceu Collares, quando perguntavam para ele se ia concorrer, ele respondia "se uma multidão de cinco ou seis exigir...". Então, mesmo que ele diga que não tem interesse, se houver um mínimo de clamor ele vai — afirmou fonte que preferiu não se identificar.
Há um movimento dentro do MDB que pretende ver Sartori na disputa pelo governo do Estado.
Já o ex-prefeito Flávio Cassina (PTB) admite que há articulação para que ele seja candidato à Assembleia, no entanto, nega interesse.
— Por vontade própria, não. Prefiro ficar na iniciativa privada. Foram 15 anos de serviço público — afirmou.
Outro ex-prefeito, Alceu Barbosa Velho (PDT) também disse recentemente que não tem interesse em disputar eleições, inclusive, revelou ter se aposentado da vida eleitoral. Já Daniel Guerra (sem partido) está impedido de concorrer porque teve os direitos cassados após o impeachment.
Risco do distritão
Na volta do recesso parlamentar, a Câmara dos Deputados pode priorizar discussão sobre possível mudança no sistema eleitoral brasileiro por meio da implantação do chamado "distritão". O método, na prática, elege os candidatos que conseguirem maior número de votos por regiões, os distritos, descartando assim o sistema proporcional atualmente vigente _ e, consequentemente, os quocientes eleitoral e partidário.
Em outro duas ocasiões, em 2015 e 2017, o sistema foi tentado, mas rejeitado em ambas. Desta vez, no entanto, a proposta sugere ter mais apoio político. A dificuldade é o tempo hábil para aprovar a proposta. Precisaria ser deliberado por Câmara dos Deputados e Senado até outubro deste ano, um ano antes das eleições.
Opositores do distritão alegam que o sistema enfraqueceria os partidos. A relatora da proposta, deputada federal Renata Abreu, disse discordar:
— Hoje como que um candidato escolhe um partido? Conveniência de chapa. Qual é a melhor chapa para eu me eleger? No distritão, como a chapa é indiferente, ele vai escolher por afinidade — defende.
O risco de o novo sistema ser aprovado é um dos principais motivos — e preocupações — na articulação dos partidos atualmente. Afinal, na palavra dos presidentes das legendas, o distritão "mudaria tudo".
NOMES COGITADOS
A relação abaixo está sujeita a acréscimos. Ela recolhe nomes que surgem com mais força e são colocados a partir dos bastidores, do ambiente e do cenário eleitoral e das especulações
Para a Assembleia
- Adriano Bressan (PTB)
- Carlos Búrigo (MDB)
- Denise Pessôa (PT)*
- Edson Nespolo (PDT)
- Edson da Rosa (PP)
- Elisandro Fiuza (Republicanos)
- Elói Frizzo (PSB)
- Flávio Cassina (PTB)
- Itacir Pegoraro (Podemos)
- Juliano Valim (PSD)
- Karina dos Santos (PSOL)
- Neri, O Carteiro (Solidariedade)
- Pepe Vargas (PT)
- Rafael Bueno (PDT)
- Sandro Fantinel (Patriota)
- Velocino Uez (PTB)
Para a Câmara Federal
- Denise Pessôa (PT)
- Felipe Gremelmaier (MDB)
- Germano Rigotto (MDB)
- Joceli Veadrigo (PT)
- Jonatan Fogaça (PSOL)
- Mauro Pereira (MDB)
- Wagner Petrini (PSB)