Um grupo de moradores da Serra realizou na tarde desta quarta-feira (31) um ato em comemoração ao 31 de março de 1964. Manifestantes se deslocaram de 12 municípios da região até Caxias do Sul. No bairro Desvio Rizzo, foram recepcionados por caxienses e, em carreata, seguiram até o Parque Cinquentenário. Ali, parte do grupo seguiu em caminhada até a igreja São Pelegrino, onde parou para fazer uma oração e, após, os manifestantes se concentraram em frente ao 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3ºGAAAe).
— O objetivo principal é a comemoração do dia 31 de março, é uma data bastante importante para quem acredita nesse lado verde e amarelo da nossa pátria. Estivemos com 12 cidades lutando pela vida, liberdade, trabalho. Queremos lutar por tudo. Pessoal de todo entorno, Bento, Garibaldi, Barbosa, Monte Belo, Barão, Nova Petrópolis, Flores, se encontraram no trevo da Telasul e vieram para Caxias — comenta uma das organizadoras do movimento, a ex-secretária de Esporte e Lazer de Caxias, Márcia Rohr.
O grupo exibia faixas pedindo intervenção militar e manifestava apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
— Como tem pessoas que apoiam o presidente, não posso dizer que não foi (em apoio a Bolsonaro), sem dúvida é um movimento que também tem essa ideia da manutenção do presidente. (...) O principal objetivo do ato é a comemoração ao dia 31 de março e, mais do que isso, é de que a democracia no nosso país seja mantida — complementa.
Sobre o pedido de intervenção militar, ela admitiu que parte do grupo defende a ideia.
— Tem uma boa parte do grupo que se uniu a nós que tem essa linha de pensamento, que é resumida nessa frase. Eu não gosto dessa frase, pois acredito que temos a Constituição de 1988, sempre respeitei ela, embora não concorde com algumas coisas. (...) Eu não levo essa frase da faixa como lema meu, mas respeito todos os meus irmãos que pedem a intervenção seguido que o presidente fique no comando do país — ressalta Márcia.
Segundo a organizadora, entre 400 e 500 pessoas participaram do ato, que se iniciou às14h30min e durou até por volta de 17h30min.
"Não gosto dessa palavra"
Márcia Rohr relata ser filha de militar e desde sempre ter a data celebrada pelo grupo de outra perspectiva.
— Nunca entendi as ações que foram feitas ao longo da nossa história como golpe, aliás, eu não gosto desse termo, porque, pelo que conheço da nossa história, sempre tem o lado que segue a essência do que está na lei e aquilo que as pessoas falam. É como agora, se nosso presidente for cassado, por exemplo, eu não chamo de golpe, não gosto desse termo. Vejo que um lado venceu e outro perdeu, ou se sentiu derrotado. Como estou do lado que acredita que nosso país foi salvo de um sistema que não considero mais adequado de viver em sociedade, prefiro acreditar que nós que estivemos desse lado vencemos.
Além de Caxias, integraram o movimento moradores de Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Barão, Nova Petrópolis, Pinto Bandeira, Monte Belo do Sul, Santa Tereza , Gramado e Canela.