Os dois candidatos que estão no segundo turno concederam entrevistas à Gaúcha Serra na manhã desta segunda-feira (16). Pepe Vargas (PT) reiterou que irá conversar com todos os candidatos que ficaram de foram da disputa, porém, ressaltou que irá buscar o apoio da população, independente de partidos. Já o candidato Adiló Didomenico (PSDB) frisou a busca pelos votos brancos e nulos e abstenções como uma das estratégias.
Confira os principais trechos da entrevista com Adiló Didomenico:
Nulos, brancos e abstenções
"Desde o início da nossa caminhada, nos preocupávamos com o pior adversário e ele se mostrou nas urnas, que foi a abstenção, o voto nulo e o voto branco. Tivemos aí mais de 100 mil votos, e são essas pessoas que vamos precisar agora conscientizar e mobilizar. Tivemos uma disputa muito acirrada, éramos muitos candidatos no campo mais de centro, centro-direita contra uma candidatura praticamente exclusiva de esquerda, um adversário que a gente respeita, mas que agora começa uma nova caminhada. Temos duas semanas para o eleitor e o cidadão caxiense dizer o que quer para o futuro da sua cidade. É muito importante segundo turno, é muito importante o processo democrático, não tem outra forma, a pessoa goste ou não goste da política, é por aí que a gente encaminha a solução das nossas questões".
Trajetória
"A gente já tem o histórico de caminhada em Caxias do Sul. Em 1988, fui coordenador financeiro da campanha vitoriosa do ex-prefeito Mansueto Serafini, uma das pessoas em que eu sempre me espelhei na política e está junto conosco por esse motivo. Em 1992, fomos o coordenador financeiro da campanha do (Mario) Vanin. Durante esses dois governos, presidi o Conselho da Codeca. Nós, junto com Geraldo Adami (ex-presidente na época), trouxemos para Caxias a coleta seletiva. Fui presidente da Fundação Caxias quando ela cumpria o papel de guarda-chuva da área social. Em 2004, fui um dos coordenadores da campanha do então prefeito (José Ivo) Sartori. Em 2008 de novo e também fui convidado para assumir a presidência da Codeca. Nós somos a última cidade com mais de 10 mil habitantes no país onde o poder público não caiu nas garras da máfia do lixo. E agora estamos aí depois de duas eleições de vereador, de ter passado pela Secretaria de Obras, submetendo o nosso nome, acho que o povo entendeu a nossa mensagem."
Campanha limpa
Vamos conversar com todos os demais candidatos. A gente teve uma campanha muito limpa, muito bonita, propositiva, não tivemos nenhuma rusga com nenhum candidato, respeitamos a todos. Por quê? No dia seguinte da eleição do segundo turno nós vamos precisar de todos aqueles que querem o bem de Caxias. Até agora fizemos uma caminhada junto com a Paula (Ioris, candidata a vice), o deputado Neri (o Carteiro) e todos aqueles que se juntaram a nós sem prometer nenhum cargo, e vamos continuar dessa forma. Nós não concordamos mais com o loteamento de cargos na prefeitura. A gente teve uma única manifestação em uma entrevista do candidato (Edson) Néspolo (PDT) dizendo que se nós estivéssemos no segundo turno ele estaria junto conosco. Uma coisa muito bacana, muito bonita, até porque em 2016 talvez eu tenha sido um dos apoiadores que não abandonou ele. Até o último momento, estive com ele caminhando na rua e defendendo a sua proposta".
Néspolo em um eventual governo de Adiló?
"A gente sempre costuma dizer que tu tem prioritariamente governar com as pessoas que abraçaram sua proposta, sua causa. Mas isso não significa que a gente vai assumir compromisso de distribuição de cargo de forma nenhuma. A população não quer mais isso. Claro que vamos buscar as pessoas de acordo com a sua competência no lugar certo para dar o melhor para Caxias e, de preferência, evidentemente, dentro daquelas alianças que se juntarem a nós porque isso é do processo democrático e do processo político, mas a gente, sempre quando tem que compor um governo, tem que olhar de ter a pessoa certa no lugar certo. Foi assim que tivemos autonomia do prefeito Sartori na época para montar a nossa equipe na Codeca e isso se mostrou muito eficiente: ter a pessoa com habilidade no setor que ela domina".
Sobre Pepe
"É um adversário que a gente respeita muito, tem um histórico político muito grande, muito bom, mas neste momento nós estamos começando a ter um divisor de águas em Caxias. Uma candidatura extremamente identificada com a esquerda, PT e PCdoB, contra uma candidatura que, ao longo da minha vida eu sempre fui contrário à coligação com o PT. Respeito eles, não tenho nada contra as pessoas do PT. Tenho tratado sempre com muito respeito e vou continuar tratando assim. Respeito, mas pensamos diferente. Nós sempre tivemos um posicionamento político de centro-direita. Olhamos sempre pela questão social, de ajudar os mais necessitados, de ajudar a periferia, os bairros, mas sem fazer disso uma bandeira de esquerda que, muitas vezes, cai no assistencialismo. Queremos ajudar as pessoas a sair da sua condição de dificuldade e não manter aquele clientelismo através da ajuda permanente sem dar condições que sai daquela condição".
Leia também
"Os partidos não votam, quem votam são as pessoas", diz Pepe Vargas, candidato a prefeito de Caxias do Sul
Vereador mais votado vai doar parte do próprio salário e propor redução de parlamentares na Câmara de Caxias
Ex-candidato a prefeito de Caxias vai se tornar titular como deputado estadual