Dois temas irão ter destaque no início do governo de Adiló Didomenico (PSDB), prefeito eleito de Caxias do Sul. O primeiro é voltado à pandemia de coronavírus. Em entrevista ao Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra desta segunda-feira (30), ele disse que já durante a transição, ao longo de dezembro, irá conversar com o prefeito Flávio Cassina (PTB) para que se adotem algumas medidas no sentido de conscientizar a população sobre o reforço nos cuidados para evitar o contágio. Quando às atividades econômicas, reforçou o entendimento de que o fechamento não é a solução. O importante, segundo Adiló, é não descuidar dos protocolos de segurança.
O segundo tema é referente ao transporte coletivo urbano. A intenção é consultar a população sobre o modelo ideal a ser adotado. Como destacou durante a campanha eleitoral, entende que a passagem de ônibus não pode ser maior que R$ 3,50. Para isso, é preciso rever custos, roteiros e critérios de gratuidade:
— Não sou contra gratuidade, mas temos que ter critérios justos. Não tem nada de graça, alguém está pagando. Temos apenas 75 mil pessoas em média por dia utilizando o transporte, essas gratuidades pesam muito sobre essa parcela que diminuiu. Caxias já teve 300 mil passageiros por dia.
Ainda sobre o transporte coletivo, Adiló disse que o passe livre aos domingos também precisa ser revisto e sugeriu que talvez possa ser adotado em datas específicas. Outro ponto que o prefeito eleito tem pressa é a revisão do Código de Obras e do Código de Posturas, "porque está um emaranhado de leis". É possível, segundo ele, que ainda neste ano sejam enviados projetos à Câmara de Vereadores pelo prefeito Cassina.
— Não é possível que leve seis anos para um loteamento ser liberado. Vamos adotar uma legislação moderna. Hoje, os investidores da construção civil abandonaram Caxias e é uma matriz que gera emprego com rapidez — disse.
A transição, conforme Adiló, deve iniciar após a avaliação da campanha, o que ocorre entre esta segunda e terça-feira (1º). Com pouco tempo até a posse, o novo prefeito deve anunciar o novo secretário somente no final do mês de dezembro. Ele voltou a dizer que não irá lotear a prefeitura, como prometeu durante a campanha eleitoral.
— Estamos preocupados em colocar pessoa certa no lugar certo, independente se ela tiver filiação partidária ou não, se for de algum partido que nos apoiou ou até que não nos apoiou. Nosso compromisso quando a gente fez essa coligação com a Paula, o deputado Neri e os cinco partidos que nos acompanharam desde o primeiro turno é apresentar um novo eixo político, isso sem denegrir e desprezar os CCs. Eu não conheço nenhum município ou Estado que tenha conseguido governar sem a participação dos CCs. É fundamental para levar o plano de governo. O servidor faz a sua obrigação e muito bem feita, agora, quem tem que levar o plano de governo e dar exemplo é o CC — destacou.
Adiló foi eleito neste domingo com 136.590 votos (59,57%). Pepe Vargas fez 92.707 votos (40,43%).
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