Com apenas um voto favorável, os vereadores de Caxias do Sul rejeitaram o pedido de impeachment do prefeito Flávio Cassina (PTB) e do vice, Elói Frizzo (PSB), em sessão na manhã desta terça-feira (11). O vereador Chico Guerra (Republicanos) votou favorável. O placar contou com uma ausência da vereadora Gladis Frizzo (MDB), que participava de forma virtual, mas não efetivou o voto no momento dos registros. A denúncia, de 23 páginas, começou a ser lida por volta das 9h30min e se encerrou cerca 20 minutos depois, quando iniciou a votação.
O único a se pronunciar foi Arlindo Bandeira (PP):
— Muitas vezes perdemos tempo aqui. Votei seis vezes contra o impeachment do Guerra. O pedido de agora não condiz, não tem argumento. Parece que pegaram por (sic) moda!
A vereadora Gladis, assim como Paulo Périco (MDB), acompanhava a sessão de casa. Os vereadores que fazem parte de grupos de risco ao coronavírus podem optar por não participar dos encontros presencialmente. No caso de Gladis, houve um problema técnico para registro do voto:
— Acabei me atrapalhando e respondi em outro grupo (de Whatsapp com envio de links para participação da sessão). Mas votei contra — disse à reportagem.
Após a votação, o presidente do legislativo Ricardo Daneluz (PDT) disse que não havia fundamentação na peça:
— Já era prevista a não admissibilidade. Uma pelo conteúdo que não tem fundamentação e também porque se trata de uma promoção política, muito clara, por se tratar de um pré-candidato querendo aparecer para a comunidade. Mas como é um direito, fizemos a votação. Vida que segue.
A denúncia foi protocolada na última quinta-feira (6) e alega infrações político-administrativas e crime contra a incolumidade pública contidas em decreto por parte do município ao decreto estadual nº 21.091, que determina regras de distanciamento social.
O autor do pedido, Julio Cesar da Silva Soares, do Republicanos, que foi integrante do governo Guerra como CC8 e é pré candidato a vereador, defende como ilegal a tentativa do município em adotar medidas próprias com a adesão de uma bandeira intermediária e cita a própria intervenção do Ministério Público, que ingressou com pedido de anulação do decreto municipal e posteriormente agravo de instrumento para exigir cumprimento do regramento estadual. Com o placar, o pedido
A votação marca o dia em que, por conta das eleições, a lei não permite que as sessões sejam transmitidas pela TV Câmara. A medida permanecerá durante o período eleitoral. Por conta da pandemia, também não foi permitida a presença de público pra acompanhar a sessão.