As convenções municipais que começam nesta segunda-feira (31), com a convenção do Novo, largam com a perspectiva de confirmarem 12 nomes para a disputa à prefeitura de Caxias do Sul. Este é o cenário desta segunda-feira. O número de pré-candidatos já bateu em 14, mas se reduziu como saldo de três desistências e o surgimento de uma candidatura colocada de forma mais retardatária. Desistiram em agosto Vanius Corte (PCdoB), Alexandre Aragon (PRTB) e Jerônimo Molina (Cidadania). A última pré-candidatura a ser anunciada foi a de Mari Souza, do Avante - única mulher, aliás, a se colocar como pré-candidata à prefeitura.
O número ainda não é definitivo, mas, ressalvada a ocorrência de muitas desistências, deve ser o maior já verificado na história eleitoral de Caxias do Sul. O cenário vai se consolidando. As últimas definições importantes são a parceria entre PDT e PP, que está indicando o vereador Edson da Rosa (PP) para concorrer como vice na chapa encabeçada por Edson Néspolo, e uma nova confirmação de apoio do ex-prefeito e ex-governador José Ivo Sartori (MDB) ao nome do deputado estadual Carlos Búrigo como pré-candidato a prefeito. Mas ainda há pontas em aberto e pelo menos uma candidatura ainda indefinida _ a do Republicanos, partido do ex-prefeito Daniel Guerra. Apesar dessa indefinição, a candidatura é certa. É uma imposição política, pois representará o legado de um governo que sofreu impeachment.
As demais indefinições dizem respeito a eventuais novas alianças, que são cada vez mais tentadas à medida que todos os nomes vão sendo colocados no tabuleiro. Como ocorre com o MDB, que gostaria de contar com Vinicius Ribeiro, do DEM, como parceiro, mas o Democratas tem sido enfático na manutenção da candidatura própria. Ou ainda existe a possibilidade entreaberta do PSB, que tem se revelado o partido mais indefinido de todo o processo eleitoral. O PSB nunca se definiu ou colocou um nome para disputar a eleição. Na semana passada, o atual vice-prefeito, Elói Frizzo, colocou seu nome à disposição do partido para concorrer. Os integrantes da sigla tem repetido à exaustão um bordão, de que "tudo é possível", durante o período de apresentação de pré-candidaturas, mas nunca avançou para a confirmação de um nome. Se tudo ainda é possível, há esperanças, portanto, para o MDB.
A eleição ainda conta com fatores intervenientes relacionados à conjuntura nacional. O mais recente deles, que tem potencial para atingir o cenário eleitoral de Caxias do Sul, e até alterá-lo com força, diz respeito ao anúncio recente do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, determinando que o partido não apoie nomes do DEM, do PSDB ou de partidos de esquerda. Em Caxias, o PTB tende a confirmar apoio justamente ao pré-candidato do PSDB, Adiló Didomenico. Nesse caso, o cenário no terreno petebista fica indefinido, sem esquecer que Flávio Cassina, o atual prefeito, é do PTB, em aliança com o PSB, e que, afinal de contas, uma candidatura do atual governo não necessariamente precisa evitar o caminho da urna para se submeter a uma avaliação popular deste ano de governo. Poderá medir, neste caso, se o mandato tampão teve aceitação popular.
Ambiente de campanha
Esta segunda-feira, com a realização da primeira convenção, do Novo, que vai confirmar a chapa Marcelo Slaviero para prefeito e Cesar Bernardi para vice, introduz um elemento mais formal ao ambiente eleitoral que começa a envolver a cidade. As movimentações partidárias passam a ser mais explícitas.
O ambiente de campanha começa a se misturar com o da evolução da pandemia, que ainda longe de estar controlada. Por isso, essa movimentação eleitoral precisará reforçar protocolos para dar um recado adequado ao eleitor. Como não há nas ruas sinais de adesão ao distanciamento controlado, a campanha se desenvolverá neste espaço.
As convenção se realizam até 16 de novembro. E as eleições estão confirmadas: 1º turno em 15 de novembro e 2º turno, se necessário, em 29 de novembro. Mesmo com pandemia, o pleito está confirmado, agora também com a confirmação de uma hora a mais para o horário de votação, que, neste ano, será das 7h às 17h.
PECULIARIDADES DA ELEIÇÃO
:: Número de candidatos - Nunca antes houve tantos candidatos colocados para prefeito em Caxias do Sul. Um dos motivos é a não existência de coligação na eleição para vereador. Então, para terem mais chance de conquistar uma cadeira e formar bancada na Câmara de Vereadores, os partidos adotam a estratégia de uma candidatura a prefeito.
:: Candidatos bolsonaristas - Há pelo menos 4 deles - Nelson D'Arrigo (Patriota), Renato Nunes (PL), Carlos Búrigo (MDB) e o nome do Republicanos - que apoiam ou adotam discursos favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro.
:: Votaram em Bolsonaro - Adiló Didomenico (PSDB) e Antonio Feldmann (Podemos) assumiram o voto em Jair Bolsonaro em 2º turno em 2018. Os dois, mais Marcelo Slaviero, procuram adotar uma postura de independência em relação a Bolsonaro.
:: Candidatura do Governo Daniel Guerra - Será a candidatura do governo que foi despejado da prefeitura por meio de um processo de impeachment. Será a chance do governo anterior ter algum espaço para defender bandeiras do governo de Daniel Guerra.
As 12 alternativas atuais
Nomes já colocados
PV
Abrelino Frizzo
PSDB
Adiló Didomenico
Paula Ioris, também do partido, é o nome para vice.
Podemos
Antonio Feldmann
Odir Ferronatto, também do Podemos, é o nome para vice.
MDB
Carlos Búrigo
PDT
Edson Néspolo.
PP e PDT firmaram parceria, e Edson da Rosa, do PP, é o nome para vice.
Novo
Marcelo Slaviero
Cesar Bernardi, também do partido, é o nome para vice-prefeito.
Avante
Mari Souza Avante
Patriota
Nelson D'Arrigo
PT
Pepe Vargas
Cláudio Libardi, do PCdoB, é o indicado para vice.
PL
Renato Nunes
DEM
Vinicius Ribeiro
Kiko Girardi (PSD) é o nome para vice.
Candidatura indefinida
Republicanos
A chapa só deve ser confirmada na convenção municipal, que ainda não tem a data definida.
O que mais falta definir
Futuro do PSB
Qual caminho seguirá o partido, que ainda diz que "tudo pode acontecer".
Parceria para o MDB
Partido ainda tenta ampliar a base de apoio.