O prefeito de Caxias do Sul Daniel Guerra (PRB) realizou 66 mudanças somente no primeiro e segundo escalões até agora, em 28 meses de administração. Em média, acontece uma troca a cada duas semanas. Entre os motivos para as frequentes trocas estão o não-cumprimento de metas do governo, problemas de saúde, por vontade própria ou por divergências com decisões da administração.
Os casos de maior repercussão e de desligamentos mais tumultuados aconteceram na Secretaria Municipal do Esporte e Lazer (Smel), com as saídas da secretária Márcia Rohr da Cruz, em julho de 2017, e na sexta-feira da semana passada, dia 26 de março, quando a prefeitura anunciou a saída do então titular da Smel, o professor Paulo Gedoz de Carvalho, justificando motivos pessoais. Nesta quinta, Gedoz de Carvalho revelou que a razão de ter deixado o cargo é o estudo que pretende transformar a secretaria em departamento de outra pasta (a Secretaria da Educação). Em uma breve entrevista, afirmou o que outros ex-secretários nunca haviam dito: que uma das características do prefeito é tomar decisões embasadas mais em sua opinião do que levando em conta as de outras pessoas.
– O prefeito me disse que ele, pessoalmente, não era muito a favor dessa fusão. Que na verdade foi o grupo de governo que está estudando isso e chegou nessa conclusão. Eu espero que ele mantenha a opinião dele. É uma característica dele. Mantém mais a opinião dele do que outras opiniões. Então, que nesse caso mantenha a dele – disse o professor.
Gedoz de Carvalho evidenciou que Guerra tem pouco ou quase nenhum diálogo com seus subordinados.
Durante a campanha, Guerra prometeu aos eleitores uma administração com perfil técnico, mas as polêmicas têm afastado esses profissionais do governo. A Secretaria da Saúde é um exemplo. Por lá, já passaram três médicos: Darcy Ribeiro Pinto Filho, Fernando Vivian e Deysi Piovesan, além Geraldo da Rocha Freitas Júnior, com experiência em cargos executivos em três hospitais da cidade. Freitas Júnior prometeu que ficaria no cargo até o final do governo. Permaneceu na pasta apenas quatro meses. Em nota, a prefeitura disse que o afastamento foi por motivos de saúde.
Guerra buscou um novo quadro técnico por quase dois meses. Sem alternativa, nomeou seu chefe de Gabinete, Júlio César Freitas da Rosa, um quadro político filiado ao PRB, para preencher o cargo.
Com poucas alternativas para substituir nas secretarias, Guerra optou por nomear o irmão e vereador Chico Guerra (PRB), e nomes que ocuparam o segundo escalão e auxiliaram na campanha como Daniel Bianchi, Patrícia Haubert e Claudir Bittencourt.
* Na primeira foto oficial, participou também a amiga do vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu, Alexandra Zamboni, ao lado dele. Ela não integrava o primeiro escalão do Governo Guerra. Também estava na foto o vice-prefeito Fabris, que renunciou ao cargo. Confira na próxima página todas as trocas no secretariado e subprefeituras promovidas pelo prefeito.