O partido Novo de Caxias do Sul terá candidatura de vereadores e prefeito na eleição do ano que vem. A confirmação é do coordenador do Núcleo caxiense, Marcelo Slaviero.
Na entrevista, Slaviero diz que a sigla já conta com 15, 16 pré-candidatos e que a inscrição está aberta para o processo seletivo para definir o nome do futuro candidato à prefeitura.
Slaviero ainda falou sobre as principais candidaturas para a eleição municipal e fez uma avaliação dos governos Daniel Guerra e Jair Bolsonaro. Confira:
Pioneiro: Como o Novo de Caxias está se preparando para a próxima eleição?
Marcelo Slaviero: Já temos 15, 16 pré-inscritos para se candidatar a vereador e a gente está trabalhando para aumentar esse número porque muitos acabam não passando no processo seletivo. Para prefeito, o processo seletivo já está aberto, qualquer um pode se inscrever. Até o momento a gente não tem nenhum inscrito, mas a gente trabalha nomes dentro do perfil que o diretório nacional passou. Vamos ter candidaturas a vereador e a prefeito.
A candidatura será com chapa própria ou haverá coligação?
O nosso estatuto prevê coligações. A gente não coliga por tempo (de rádio e tevê), por interesse de cargos. A gente coliga por alinhamento ideológico e com pessoas que tenham a mesma prática do Novo. Quando a gente exige dos nossos candidatos que eles trabalhem de forma mais econômica, que tenham mais respeito com o erário público, precisamos exigir com àqueles que vamos nos coligar. Aqui em Caxias acho que dificilmente vamos coligar. O Novo busca no processo seletivo para prefeito alguém com perfil de gestor e muitos dizem que vai ser um problema em Caxias por que o prefeito se elegeu com esse discurso e ele está tendo muitos problemas. Ele se elegeu com um discurso de gestor, mas nunca foi um gestor. Qualquer gestor de empresa tem como primeira preocupação tratar bem o cliente, o colaborador e tem a preocupação de ter um ambiente motivado. Ele tem uma gestão muito judicializada. Se esse gestor tivesse em qualquer empresa, teria sido demitido. Acho que na próxima eleição o acionista (eleitor) vai demitir ele.
O candidato a prefeito do Novo será um nome conhecido ou desconhecido?
É mais fácil que ele não seja da política pelo perfil do partido. Não vejo nenhuma liderança política de Caxias que aceite se submeter a um processo seletivo. Alguns procuram a gente e querem uma garantia para ser candidato. No Novo não existe essa garantia. Quando a gente começa apresentar esse requisito os (políticos) tradicionais fogem. Acho mais fácil que surja um nome de dentro do partido. Isso não quer dizer que será alguém que já está filiado. Já tivemos sondagens de pessoas que são políticos, que têm mandato, outros que não têm mandato no momento. Sondaram se o Novo tinha interesse na candidatura deles. O dono do partido é o estatuto. Não existe cacique político no Novo.
O que o Novo pode apresentar no comando da prefeitura?
A primeira coisa é apresentar um debate sobre Codeca, Samae e Festa da Uva. O Samae não tem déficit, mas a Codeca gera déficit. A gente tem que debater se vale a pena ter uma empresa que tem déficit todos os anos e a gente deixa de fazer obras para colocar nessa empresa. Será que a prefeitura pode se dar ao luxo de colocar R$ 1 bilhão no Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor Público. Não estou demonizando o servidor público, pelo contrário, o servidor fez um processo seletivo e os que passam são os melhores e mais competentes, mas eles têm privilégios que a gente precisar revisar. Não existe um plano de carreira adequado, não há possibilidade de crescimento. A maioria dos servidores são excelentes. Se a comunidade enxerga o servidor como alguém que não está entregando o serviço da forma adequada, o gestor tem mais culpa do que o servidor.
O Novo considera que o poder público deve ser administrado como uma empresa privada?
Não. São coisas diferentes. Uma empresa privada precisa dar lucro. O setor público não precisa dar resultado financeiro, mas tem que ser eficiente.
Como avalia o atual cenário político de Caxias?
O cenário está meio desenhado. Deve ter a candidatura de reeleição do Guerra. Deve ter uma candidatura dos partidos que compunham aquela coligação de 20 e poucos partidos com os políticos mais tradicionais. Deve ter a candidatura do Pepe (Vargas, deputado estadual) de novo. A gente tenta se apresentar como uma proposta nova. A grande liderança política de Caxias é o (José Ivo) Sartori, foi duas vezes prefeito, foi governador e fez uma excelente votação na última eleição. Não concordo com muitas formas como ele administrou. Não acho legal ter um número grande de cargos de confiança. No governo Alceu tinha PCdoB e DEM, eles tinham tanta convergência para estarem no mesmo governo. Estavam buscando troca de cargos por apoio, votos e era amém para tudo do governo.
Qual sua avaliação do Governo Guerra?
Existem coisas boas. A abertura da UPA (da Zona Norte) é interessante. Ele deve estar olhando a folha de pagamento do funcionalismo público e dos inativos e está vendo como é perigoso contratar funcionário público neste momento e acho que por isso passou para a terceirização. Eu gosto de terceirização, mas o problema é quando tem influência política na empresa que recebeu a concessão. Ele resolveu o problema das creches comprando vagas. Mas em outros setores ficou devendo e escravo do discurso. Na campanha ele chamou de compadrio, mas fez o compadrio. Ele destruiu todas as pontes durante a campanha e depois de ter ganho continuou criando inimizades.
Qual sua opinião sobre o Governo Bolsonaro?
Na parte econômica está muito legal. O presidente continua no palanque e trás coisas que para um presidente não agregam em nada. Ele deveria focar na questão econômica e abandonar todo o resto.