O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu que o governo poderá aceitar mudanças no texto da reforma da Previdência para garantir a aprovação do Congresso Nacional. A manifestação ocorreu durante seu discurso na cerimônia de abertura da 32ª edição da Festa da Uva realizada manhã desta sexta-feira, em Caxias do Sul.
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— É importante que todos tenham consciência dela (reforma da Previdência), não como a solução de todos os males, mas é o primeiro passo para que o crescimento sustentável passe a fazer parte do dia a dia do nosso país. A Previdência antiga é uma pirâmide financeira. Nós mais velhos vamos receber e os mais jovens vão trabalhar até o final de sua vida sem poder desfrutar de algum tipo de aposentadoria. Será discutida dentro do Congresso. Aquilo que tiver que ser mudado, será mudado.
Em entrevista coletiva, Mourão voltou a admitir mudanças na proposta da reforma.
— Acredito que haverá algumas mudanças no Congresso. Algumas para melhor e outras nem tanto, mas faz parte do jogo político.
Representando Jair Bolsonaro, Mourão disse que trazia mensagem do presidente da República “que gostaria de estar aqui e dirigir a palavra a todos que receberam ele tão bem na eleição do ano passado”. Mourão explicou que Bolsonaro não pode comparecer em eventos por conta da cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia.
Questionado se as manifestações e polêmicas que envolvem os filhos de Bolsonaro enfraqueceriam o apoio do Congresso para a votação da reforma da Previdência, Mourão minimizou os conflitos.
— Não, os filhos do presidente são pessoas muito bem sucedidas. Cada um dentro da função para o qual foi eleito, poucas pessoas têm três filhos nessas condições. É uma questão de início de governo daqui a pouco está cada um na sua cadeira.
O vice-presidente também tratou sobre a crise na Venezuela e o fechamento da fronteira com o Brasil. Ele afirmou que o assunto está sendo tratado dentro do grupo de Lima (formado pelos governos de Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia), que defende a restauração do regime democrático na Venezuela.
— É uma forma de realizar uma pressão política para que haja a mudança da ditadura que está se vivendo lá para um regime democrático.