A operação do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani está mantida até sexta-feira. O serviço de raio X esteve ameaçado de não funcionar hoje. O motivo era a promessa de paralisação dos 20 funcionários que operam o aparelho de segurança. Eles não receberam a primeira parcela do 13º salário em 30 de novembro. No mês passado, os trabalhadores receberam o salário em duas parcelas e queriam a garantia de que os salários de novembro serão depositados esta semana.
A empresa Águia Serviços de Transporte Aéreo (Astra), responsável pelos funcionários, manifestou interesse de rescindir o contrato com o Departamento Aeroportuário (DAP), órgão do Governo do Estado, devido ao atraso de uma parcela pela prestação do serviço. Uma nova empresa venceu a licitação e vai assumir o serviço de raio X.
Os trabalhadores exigiam do DAP uma garantia de que receberiam os salários até a próxima sexta ou que seriam contratados pela empresa que assumirá o serviço. No início da noite de ontem, o diretor do aeroporto, Maurício Loreto D’Ávila, confirmou que o Estado sinalizou o pagamento à Astra, que continuará operando até a vencedora da licitação assumir o serviço.
À tarde, ainda em clima de indefinição, D’Ávila disse que trabalhava com dois planos de contingência caso se confirmasse uma paralisação para hoje.
– O DAP está conversando para que a nova empresa assuma o trabalho nesta semana com os funcionários da outra (que está saindo).
D’Ávila ressaltou ainda que a intenção não era parar a operação, pois acarretaria uma série de prejuízos do aeroporto junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
– Se chegar a parar, a gente terá um problemão com a Anac. Para colocar o aeroporto em funcionamento, precisaríamos de 10 a 15 dias. Pode gerar um impacto bem grande na nossa operação aeroportuária com o atraso dos voos das companhias e impactando nas conexões – explicou o administrador.
A diretora do DAP, Lígia Barreto, afirmou que desde segunda-feira conversa com os representantes da Astra para manter o trabalho até o prazo vigente. Ela admite que o Estado está com duas parcelas em atraso (hoje completam-se 60 dias), mas diz que o contrato estabelece que a contratada garanta a atividade com até 90 dias de atraso. Lígia disse ainda que não existe a possibilidade de rescisão unilateral de contrato e não soube informar qual é o valor devido à empresa.
A reportagem não localizou o proprietário da empresa Astra para comentar o caso.
CONTRAPONTO
O que diz a Secretaria dos Transportes (por meio de nota)
"Todos os esforços possíveis estão sendo adotados para quitar o pagamento pelos serviços realizados em outubro (com fatura em 5 de novembro), como também para garantir a continuidade do atendimento. Para tanto, a ST (Secretaria dos Transportes) já solicitou à Secretaria da Fazenda a priorização dos recursos necessários.
No aeroporto de Caxias do Sul, a inspeção de embarques já conta com uma nova empresa vencedora de processo licitatório. A previsão é de que a contratada assuma os serviços a partir de janeiro de 2019."