*A colunista Rosilene Pozza está em férias.
Segue rendendo a polêmica – para falar o mínimo – declaração do general da reserva Antonio Hamilton Martins Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), na reunião-almoço de segunda-feira, na CIC. Falando sobre a herança cultural brasileira, disse que índios são indolentes e os africanos, malandros. Representando a Câmara, o vereador Edson da Rosa (MDB), que estava na mesa principal da reunião-almoço, chegou a ser citado no meio da fala de Mourão.
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Edson evitou polemizar sobre o assunto, mas, na sessão de terça-feira da Câmara, foi cobrado duramente pelo vereador Rafael Bueno (PDT), que se manifestou no espaço chamado Pequeno Expediente, ao final da sessão.
– Não entendi por que o meu colega Edson não se manifestou, porque era a hora de o vereador, o único parlamentar negro da história de Caxias do Sul, ter falado em nome da honra de todos os negros, aqueles que sofrem, em Caxias do Sul, trabalho escravo, das crianças, daqueles jovens...
No momento da declaração de Bueno, Edson não estava mais no plenário. A presença no Pequeno Expediente, depois da ordem do dia (votação dos projetos), não é obrigatória. Edson, que evita polemizar o assunto, se manifestou no Mirante de ontem:
– Na grande maioria, os negros não se sentem e não são malandros. Na grande maioria, os índios não se sentem e não são indolentes. Quem tem de responder se houve outra conotação é o general Mourão. Fui recebido representando a Câmara, e ele me tratou com muita cordialidade.
"Quem tem de se explicar não é o Edson"
Ao responder sobre a declaração do vereador Rafael Bueno, questionado pela coluna, o emedebista Edson da Rosa afirmou:
– A minha manifestação é a que estava na coluna (Mirante de ontem). Já estava lá, assumida publicamente. Sou contrário à manifestação (do general Mourão). Não podemos inverter a ordem: quem tem de se explicar é o general Mourão, não é o Edson da Rosa. Uma coisa atinge uma pessoa quando é verdade. Quando não é verdade, tu não é atingido. Eu, como negro, não sou e não me sinto malandro. Como todo o povo negro. Eu respeito ele (Rafael Bueno) ter pedido uma posição minha no Pequeno Expediente, na minha ausência. Teve o Grande Expediente para fazer isso, poderia, regimentalmente, ter pedido esclarecimento.
Aliás
Além de Rafael Bueno, nenhum outro vereador se manifestou na sessão de ontem sobre as declarações do general Mourão, que ganharam repercussão nacional.
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