O vereador Arlindo Bandeira (PP) fez uma reclamação inusitada na sessão de terça-feira da Câmara de Caxias: lamentou o tratamento de colegas vereadores em razão de medidas de economia que adotou em seu gabinete. Da tribuna, ele listou que, entre as iniciativas para diminuir gastos públicos, está o uso de uma cafeteira própria, em vez de utilizar a cota de café do Legislativo caxiense. Assim, a cafeteira tornou-se o item emblemático de sua reclamação.
– Desde o dia em que esse vereador falou que iria adotar a cafeteira, tem sido alvo de deboche, de bullying. Então, uma coisa que era para ser boa virou um problema do mandato – queixou-se.
“É injusto”, rebate Meneguzzi
O presidente da Câmara, Alberto Meneguzzi (PSB), sentiu a necessidade de responder à declaração de Bandeira, pedindo a palavra no espaço chamado Grande Expediente:
– Uma característica que esta Casa tem é o zelo pelo não desperdício. Muitos vereadores já fazem isso (economia) nos gabinetes. Então, é injusto dizer que, de repente, esta Casa não tem esse cuidado, porque vários outros presidentes e Mesas Diretoras que nos antecederam tiveram esse cuidado. E a Câmara de Caxias é conhecida e reconhecida por outros legislativos como uma das mais zelosas com o dinheiro público – afirmou.
Quem fez o bullying?
Meneguzzi foi além. Disse que, diante de possíveis deboches ou episódios de bullying, Bandeira poderia ter levado o assunto à Mesa Diretora ou feito uma representação na Comissão de Ética.
– O senhor é um vereador trabalhador e respeito todas as suas ponderações sobre economia na Casa. Da minha parte, nunca teve deboche em relação à sua cafeteira. Quem brincou com isso, no dia em que anunciou, foi o senhor mesmo, inclusive dizendo a marca do café. E, se o senhor se sente atacado, pode fazer uma representação na Comissão de Ética, dizendo quem faz bullying – sugeriu Meneguzzi.
Outras economias
Bandeira também citou outras economias em seu gabinete: a redução de copos plásticos para água, a não-contratação de estagiários e o cancelamento de assinatura do jornal diário a que o gabinete tinha direito, além de abrir mão do ar-condicionado, dos selos postais e do material de escritório.