O assunto predominante na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, na terça-feira, não poderia ser outro: os 100 dias do governo Daniel Guerra (PRB). Os vereadores Elói Frizzo (PSB) e Rodrigo Beltrão (PT) se fartaram nas críticas. O petista tratou de se descolar de uma possível ligação com o vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu (PRB). Disse que o conheceu na campanha. Ele já fez elogios públicos a Fabris por ter lhe passado documentação.
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Paulo Périco (PMDB) pediu respeito diante das declarações de Guerra, feitas na entrevista de segunda, quando ele disse que "os acostumados a mamar no dinheiro público, ao jeitinho, às negociatas, aos rolos, aos fura-filas e às pilantragens" estão querendo lhe adjetivar. Outros foram cautelosos, a exemplo de Arlindo Bandeira (PP), Kiko Girardi (PSD) e Edson da Rosa (PMDB).
É aguardada a manifestação do líder de governo Chico Guerra (PRB) com a apresentação do balanço. Na terça-feira, ele não se pronunciou. Embora o prefeito fale em relação republicana com a Câmara, a situação não é nada confortável.
Alguns posicionamentos
:: Elói Frizzo (PSB) chamou de desgoverno. Disse que o que foi presenciado nesses dias foi a "Guerra & Família Ltda., uma empresa familiar que passou a gerir os interesses da cidade sob a sua ótica". Segundo ele, há a possibilidade cada vez mais presente de indícios de crime de responsabilidade por parte do prefeito municipal na forma como se comporta à frente do poder público.
:: Rodrigo Beltrão (PT) disse que nas relações institucionais este governo é um caos. Ele se referiu ao episódio com o vice e chamou Guerra de ditador. O prefeito, num ato ditatorial de dar inveja a muitos ditadores aí, país afora, ele pega de ofício, através do chefe de Gabinete, que veio lá da República de Canoas: "Declaro extinta a vaga de vice". Acrescentou que o prefeito usa o povo como instrumento de guerra para fazer suas disputas políticas, que não são as disputas políticas do povo.
– A grande disputa do povo é ter mais saúde e não tem; é ter mais segurança e tem combate a ambulante e não a criminoso; pede mais educação e não tem.
:: Gustavo Toigo (PDT) disse estar preocupado com a situação da saúde, diante das declarações do presidente da Federação Nacional dos Médicos, Jorge Darze, que se pronunciou no início da sessão.
:: Renato Oliveira (PCdoB) também falou da saúde e disse que "o prefeito não fez nada, a não ser criar mais conflitos".
:: Edson da Rosa (PMDB) disse que vive-se um momento de conflito, mas que ele não iria ser mais um a botar lenha na fogueira.
:: Kiko Girardi (PSD) declarou:
– Estamos confiantes, estamos ansiosos.Ele disse que vai aguardar a divulgação do balanço dos 100 dias pelo líder do governo Chico Guerra (PRB) para então se manifestar.
:: Paulo Périco (PMDB) afirmou que não houve transição entre os secretários da atual e da gestão passada.