Citado na reportagem publicada no final de semana sobre as relações entre os prefeitos e vices de Caxias do Sul, Clóvis Drago entrou em contato com o Pioneiro nesta segunda-feira para apresentar sua versão. A reportagem havia tentado conversar com o ex-vice-prefeito, mas não o localizou na semana passada.
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Vice de Mansueto Serafini, Drago não concorda com as acusações do então prefeito de que ele queria criar um poder paralelo dentro da administração e de que realizava reuniões para criticá-lo. Para Drago, o que aconteceu foi que Mansueto passou a ficar com ciúmes de sua atuação nas chamadas Operações Concentradas, que promoviam melhorias nos bairros.
– Começou a ter ciumeira, inclusive dos puxa-sacos dele, que diziam: "Olha, está aparecendo mais que o senhor".
A relação, que era boa durante a eleição – Drago lembra que Darwin Corsetti, ex-vereador e tio de Mansueto, era padrinho político dos dois –, foi se desgastando ao longo da gestão. A gota d’água foi uma reunião de equipe, onde, segundo Drago, ele foi provocado pelos secretários que o acusavam de estar trabalhando por conta.
Embora garanta que não guarda mágoas, Drago acredita que foi melhor ter sido isolado por Mansueto durante o governo, que durou de 1977 a 1982.
– O Mansueto era muito devagar. Infelizmente, o senhor Mansueto está envelhecendo como ele viveu: conversando, professorando. Acho que ele fez muito bem em me isolar, porque fiquei em melhor companhia.
Colega de Teori – Drago chegou a concorrer a prefeito após ser vice, em 1982, mas não venceu. Em seguida, abandonou a política. No final dos anos 1980, então diretor do Banco Meridional do Brasil, em Porto Alegre, foi colega de Teori Zavascki, diretor jurídico da instituição. Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro morreu na quinta-feira, após a queda de um avião em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.
– Ele era exatamente como falam, de poucas palavras, de pouca conversa.