Um dos vereadores mais experientes da Câmara de Caxias do Sul, Edson da Rosa (PMDB) inicia em 1º de janeiro o quarto mandato. Liderança ligada à igreja católica, ao movimento negro e aos temas de educação – foi secretário municipal entre 2009 e 2011 – Edson foi reeleito com 3.615 votos. Em 2012, foram 3.623.
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Embora tenha oito votos a menos, percentualmente a votação aumentou, frisa Edson. Pulou de 1,52% para 1,62%. Os números mostram que o vereador tem um público fiel, que aposta e confia no peemedebista. O resultado ele atribui ao trabalho dos últimos anos e ao jeito de conduzir os mandatos, com responsabilidade e maturidade.
Edson tem um grupo de cerca de 40 amigos que são seus conselheiros. Quando tem algum projeto para apresentar, consulta essas pessoas para saber o que elas pensam a respeito da proposta. Se houver alguma objeção, ele repensa.
– Cuido muito dos projetos que vou apresentar para que não sejam inconstitucionais. Há mecanismos para retirar a inconstitucionalidade, mas ali na frente ele vai ter problemas e vai, de uma forma ou outra, ser vetado. Isso é custo. E a fiscalização do dinheiro público também está nas atividades do vereador – acrescenta.
O mesmo cuidado em "errar o menos possível", ele também tem em mostrar à população a função dos vereadores. Em 2013, quando presidiu a Casa, focou no fortalecimento do poder Legislativo. Nos últimos dois anos, dirigiu a Escola do Legislativo, que tem a missão de aproximar a comunidade da Câmara:
– Duas funções básicas do vereador são legislar e fiscalizar os atos do Executivo. Parece que nós esquecemos isso.
Para os próximos quatro anos, Edson pretende continuar trabalhando da mesma forma: sendo cuidadoso com o dinheiro público e priorizando o diálogo. O vereador não adianta planos concretos para o período, mas, naturalmente, por sua experiência, irá contribuir na revisão do Plano Municipal de Educação.
– Não posso negar que fui secretário de Educação. Quando falo dos temas da educação, não é o vereador, é o ex-secretário. E temos temas fundamentais para tratar, como a educação infantil – comenta.
Quase vice
Edson da Rosa poderia não ter sido eleito vereador. É que em julho, disputou com Antonio Feldmann (PMDB) a indicação de candidato a vice de Edson Néspolo. A maioria do diretório do partido acabou escolhendo Feldmann. Ele garante que não ficaram mágoas, tanto que está empenhado na campanha. Caso Néspolo seja eleito, não descarta compor o governo.
– Pretendo ficar na Câmara, porém, na função pública, fazemos parte de um todo. Todas as minhas decisões são tomadas entendendo o todo. Nós, homens públicos, temos essa função perceber onde se pode ajudar mais.
Quanto a concorrer a deputado estadual – em 2014, obteve 14.858 votos, sendo o candidato negro mais votado em todo o Estado, Edson diz que é uma discussão que precisa ser feita dentro do PMDB.
Espiritualidade
Embora não acredite em horóscopo, Edson mantém uma característica típica dos cancerianos: é muito família. Natural de Caxias do Sul, o vereador de 52 anos, gosta de ficar em casa com a esposa Marivane, 48, com quem é casado há 28 anos, e com as três filhas: Jéssica, 25, Sara, 18, e Isadora, 15.
Com a família também busca formação espiritual participando de movimentos dentro da igreja católica.
– Nós, líderes, temos que ter a espiritualidade desenvolvida. Não falo em religiosidade. O líder espiritualizado, na minha modesta opinião, pensa no bem comum, no bom senso, na construção de uma sociedade coletiva. São 22 pessoas (vereadores) que pensam diferente de mim e tenho que procurar o que nos une.
Trajetória
- Vereador reeleito para o quarto mandato
- Secretário Municipal de Educação entre 2009 e 2011
- Presidente da Câmara de Vereadores em 2013
- Vice-presidente do movimento Negro do PMDB-RS
Bandeiras
- Fortalecimento do conceito da função do vereador
- Participação da comunidade na Câmara
- Revisão de leis que não estão sendo cumpridas e fiscalizadas
- Projetos de inclusão e sustentabilidade