A respeito da quarta reportagem da série A Cidade que Queremos, publicada nesta terça-feira sobre saúde pública e que mostra a história de Rosa de Fátima Echer, 49 anos, a Secretaria Municipal da Saúde faz ponderações e esclarecimentos, por meio de nota assinada pela assessoria de comunicação, sobre o atendimento médico prestado à paciente. Rosa sofreu um AVC em 2011.
Conforme a reportagem, as filhas de Rosa, Tauani e Marina, relataram que a mãe delas foi levada à noite ao Pronto-Atendimento 24 Horas, o Postão, onde teria passado a madrugada sem atendimento médico, sendo encaminhada ao Hospital Pompéia para cirurgia na manhã do dia seguinte.
Tauani e Marina também relataram que os remédios, que continuam sendo fornecidos pelo SUS, nem sempre estão disponíveis na rede pública, e que, devido à condição de saúde de Rosa, é difícil sair de casa cedo da manhã para marcar consultas na unidade básica de saúde (UBS).
A nota da Secretaria da Saúde também traz informações sobre falta de médicos em UBSs apontada por três moradores caxienses convidados pelo Pioneiro a avaliar a rede pública de saúde em Caxias.
Confira as observações e esclarecimentos da Secretaria da Saúde ao atendimento oferecido a Rosa de Fátima e sobre a equipe nas UBSs:
- A paciente foi atendida no Pronto-Atendimento 24 Horas (Postão) no dia 14 de junho de 2011, às 23h08min. A classificação de risco foi realizada pela equipe de enfermagem, como início imediato do atendimento médico, conforme prontuário.
- Tendo em vista a gravidade do quadro, a equipe do Postão acionou a Central de Regulação de Leitos à 0h05min para a transferência ao Hospital Pompéia.z Neste intervalo de tempo, a paciente recebeu todos os cuidados médicos e de enfermagem. O quadro foi acompanhado pelos profissionais periodicamente durante toda a madrugada.
- No período que ficou em observação no PA 24 Horas, a paciente foi medicada e realizou exames para o diagnóstico.z Rosa foi transferida para o Hospital Pompéia às 8h30min.
- Após a alta hospitalar, a paciente recebeu atendimento domiciliar com profissionais de fisioterapia e fonoaudiologia. Na sequência, foi encaminhada para o Serviço de Fisioterapia, na UCS – contratado pela Secretaria da Saúde. Além disso, foram agendadas consultas de fonoaudiologia no Centro Especializado em Saúde (CES) desde 2011. No total, foram 13 consultas agendadas e a paciente não compareceu a 10.
- Houve cinco agendamentos de exames de eletroencefalograma, mas a paciente não compareceu a dois deles.
- A Secretaria da Saúde realizou sete agendamentos com neurologista, sendo que a paciente não compareceu em uma das consultas (a família de Rosa confirma, mas diz que o não-comparecimento ocorreu porque ela precisou ser internada). Foram agendadas duas consultas com cardiologista e ela não foi a uma. Em dois procedimentos de ecocardiograma agendados, ela não compareceu a um deles.
- Quanto à falta de medicamentos relatada, a paciente faz retiradas regulares na Farmácia Básica e na farmácia da unidade de saúde.
- Sobre os agendamentos de consultas em UBS, a Secretaria da Saúde confirma que a paciente tem direito de fazer por telefone. O serviço está disponível desde 2013 para idosos, gestantes e pessoas com deficiência.
- Sobre as declarações de Berenice Marques, Vitória Rech Balen e Claudionor Ferreira Rangel, que avaliam a saúde pública em Caxias do Sul e apontam falta de médicos nas UBSs Centenário, São Victor-Cohab e Santa Lúcia do Piaí, a secretaria informa que os atendimentos foram normalizados e que o quadro de funcionários e médicos está completo.