A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, de forma preventiva, dois ex-dirigentes da Queiroz Galvão durante a 33ª fase da Operação da Lava-Jato. Detidos no Rio de Janeiro, o ex-presidente Ildefonso Colares Filho e o ex-diretor Othon Zanoide de Moraes Filho são suspeitos de comandarem o esquema de corrupção na Petrobras, que incluiu propinas disfarçadas em doações eleitorais.
Um dos diretores da QGI (antigo consórcio Quip), Marcos Pereira Reis também teve prisão temporária decretada, mas ele se encontra na China.
Em coletiva de imprensa realizada durante a manhã, a delegada Renata da Silva Rodrigues afirmou que prisões ocorreram porque houve uma tentativa de obstruir as investigações.
Chamada de Resta Um, a operação tem como foco as irregularidades cometidas pela construtora Queiroz Galvão, a terceira em volume de contratos com a Petrobras. O objetivo dessa fase, denominada Resta Um, é investigar contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), Landulpho Alves (BA) e de Duque de Caxias (RJ).
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Segundo a PF, a construtora integrava o chamado "cartel de empreiteiras", com pagamentos de propina sistemáticos a funcionários e diretores da Petrobras, assim como a partidos políticos.
Durante a coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, a PF destacou que Queiroz Galvão já estava envolvidas em casos anteriores de corrupção. Conforme o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a empresa representa "todos os pecados, todas as espécies de crime".
São eles: pagamentos via caixa 1, via caixa 2 (pago para a campanha de Lula em 2006), corrupção efetiva, além de manutenção de funcionários no exterior, longe da Justiça brasileira e obstrução de investigações.
Cerca de 150 policiais cumprem dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão. As ordens judiciais são cumpridas em São Paulo, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, os mandados são cumpridos em Rio Grande, onde o consórcio QGI, liderado pela Queiroz Galvão, constrói plataformas marítimas.