Para o Palácio do Planalto, o resultado das votações que transformaram a presidente afastada Dilma Rousseff em ré no processo de impeachment foi uma demonstração de força da gestão interina de Michel Temer.
Os 59 votos que aprovaram o parecer que levou a petista a julgamento, pela edição de decreto de suplementação orçamentária sem autorização do Congresso, ficam cinco acima do mínimo para efetivar a cassação do mandato. A votação derradeira exigirá o aval de 54 dos 81 senadores.
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Em seu perfil no Twitter, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), comemorou o resultado. "Os votos dos Senadores repetiram o que acontece em todo o Brasil: a confiança no gov (governo) Temer aumenta muito. Foram 55, agora são 59", escreveu.
Os quatro votos a mais obtidos vieram com as posições de Eduardo Braga (PMDB-AM), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Pedro Chaves (PSC-MS), que não participaram da votação de maio. João Alberto Souza (PMDB-MA) mudou de lado, pois votou com Dilma há três meses e endossou a pronúncia nesta quarta-feira.
Principal articulador de Temer no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) confia que será possível ampliar a vantagem no julgamento, incluindo o apoio de Renan Calheiros, que ainda não participou das votações. Ele minimizou o fato de que as acusações da pedalada do Plano Safra e da edição de outro decreto tiveram 58 votos.
– Meu palpite é 61 (no julgamento) – disse Jucá.
Os aliados de Temer vão pressionar para que o julgamento se inicie em 25 de agosto para ser concluído até o final do mês.
– Vamos redimir o mês de agosto, que passará a ter um final feliz. Será o mês da alegria – afirmou Jucá.