Com o plenário lotado e os ânimos exaltados, o vereador Guila Sebben (PP) retirou da pauta a moção de apoio ao Programa Escola sem Partido. A matéria seria votada na sessão de ontem da Câmara de Caxias do Sul. Uma série de suspensões da sessão precedeu a retirada da matéria polêmica.
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A primeira interrupção começou ainda no início da sessão, quando os vereadores Adiló Didomenico (PTB), Ana Corso (PT) e Renato Oliveira (PCdoB) foram à tribuna.
A petista abriu a discussão do tema no grande expediente. Ela se posicionou contrária ao projeto e leu o artigo de um professor universitário que critica a Escola sem Partido.
– Professor precisa ter liberdade de expressão. Defendemos uma escola sem mordaça – disse ao final de seu pronunciamento.
Renato também criticou a moção de apoio ao projeto. Ele iniciou sua manifestação saudando os presentes na sessão e os representantes norte-americanos vestido de verde e amarelo, referindo-se ao grupo que apoiava a moção.
O comunista solicitou ao colega Guila Sebben para que a moção fosse retirada da pauta.
– Faço um apelo para que essa moção seja retirada. Ela é nociva aos alunos e professores – disse.
A partir da manifestação do comunista, os ânimos ficaram ainda mais tensos e os grupos que lotavam a galeria começaram provocações mútuas. Um manifestante não identificado jogou uma garrafa de água e quase acertou os vereadores Denise Pessôa e Rodrigo Beltrão, ambos do PT. Devido às discussões da platéia, o vereador Flávio Cassina (PTB) defendeu o encerramento da sessão, porém o presidente Edi Carlos Pereira de Souza (PSB) preferiu continuar os trabalhos. Com a chegada da Guarda Municipal, a sessão recomeçou e o vereador Guila e pediu a retirada da moção da pauta de votação para garantir a segurança das pessoas.
– Grupos com interesses políticos, partidários e ideológicos não querem o Escola sem Partido porque querem continuar dentro das escolas doutrinando ou fazer doutrinação ideológica dos jovens que estão sendo formados para ser os líderes do nosso país. Ficou comprovado que o projeto é importante, mas não houve ambiente (para a votação). Por questão de segurança das outras pessoas que estavam aqui decidi retirar a moção – afirmou o progressista.
Guila garantiu que pretende reapresentar a moção para ser discutida em plenário.
O projeto
A matéria de autoria do deputado Marcel van Hattem (PP), que tramita na Assembleia, prevê uma "escola livre de doutrinação ideológica e partidária com a intenção de proteger a pluralidade e garantir a imparcialidade em salas de aula".