A construtora Queiroz Galvão, principal alvo da Operação Resta Um, 33ª fase da Lava-Jato, confirmou em um breve posicionamento que algumas de suas unidades foram alvo de operações policiais nesta terça-feira. A empreiteira também disse estar colaborando com as investigações.
"Na manhã de hoje, a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão em algumas de suas unidades (da construtora). Alguns ex-executivos e colaboradores foram alvos de medidas cautelares", informou a empresa, sem citar os nomes do ex-presidente Ildefonso Collares Filho e do ex-diretor Othon Zanoide de Moraes Filho, presos nesta terça.
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"A empresa está cooperando com as autoridades e franqueando acesso às informações solicitadas", complementou a Queiroz Galvão em nota. O breve texto contrasta com a dimensão da operação realizada nesta terça-feira. Uma força-tarefa composta por 150 policiais da PF fez operações nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais para cumprir 23 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, um de prisão temporária e cinco de condução coercitiva.
A 33ª etapa da Lava-Jato tem como alvo a empreiteira Queiroz Galvão, terceira empreiteira com mais contratos investigados na Lava-Jato, e o suposto repasse de R$ 10 milhões para o então presidente do PSDB, em 2009, senador Sérgio Guerra (morto em 2014), para abafar a CPI da Petrobras.
Em entrevista coletiva concedida nesta terça, o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima disse que há nessas investigações fatos envolvendo também o PT e o PP.
– O problema da corrupção não é partidário, é estrutural da política brasileira – disse.
O nome da operação é uma referência ao avanço contra a última grande empreiteira do "clube VIP" do cartel que fatiava obras na Petrobras, mediante pagamento de propinas para agentes públicos e políticos. Apenas a Queiroz Galvão está envolvida em contatos com a Petrobras que somam mais de R$ 20 bilhões.
*Estadão Conteúdo