As ocupações de escolas estaduais por alunos predominaram no debate da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. O vereador Guila Sebben (PP) abordou uma questão significativa: a bandeira comunista hasteada no colégio Cristóvão de Mendoza, confirmando a partidarização no movimento de ocupações das escolas.
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O ato na escola ocorreu no final da tarde de segunda-feira.
Guila, ao comentar a atitude, disse:
– Estes que se dizem alunos e se dizem não partidários tiram o marco de uma república que é a sua bandeira. A bandeira mais alta hasteada em uma instituição pública é a bandeira do Brasil. E esses indivíduos retiram a bandeira do Brasil e hasteiam a bandeira do comunismo, a bandeira vermelha com a foice e com o martelo, que pode ser símbolo de respeito para muitos partidários do PCdoB ou de outros partidos comunistas, mas não é símbolo da República brasileira. Se fosse a bandeira do meu partido, eu teria o mesmo posicionamento.
E completou:
– Muitos confundem hoje liberdade com libertinagem.
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Fascistoide
Guila defendeu ainda que o governador José Ivo Sartori (PMDB) já deveria ter tido uma ação mais efetiva, mais enérgica, ordenando que a Brigada entrasse nos colégios para retirar o que ele denomina de "invasores" e, assim, restabelecer a ordem. O vereador Rodrigo Beltrão (PT) reagiu de imediato. Disse que se assustou com a posição de Guila de invadir com a Brigada.
– Ainda bem que o senhor não é secretário de Educação, porque é uma medida muito drástica.
Beltrão também se referiu à expressão invasores. Afirmou que os estudantes são da referida escola, que é pública e que estão ocupando o que é deles. Renato Oliveira (PCdoB), naturalmente, contestou o progressista. Renato Oliveira disse que dá para imaginar o que Guila faria na calada da noite se fosse um policial, ainda mais na época da ditadura. E classificou de "fascistoide" a posição de Guila.