Deputados caxienses opinam sobre o impeachment de Dilma. Confira os argumentos dos seus votos a favor e contra:
Pepe Vargas (PT), deputado federal
Defendo a democracia e a legalidade, portanto meu voto é contra o golpe. É certo que há inconformidades com o governo federal que devem ser consideradas. Insatisfações com a condução do governo são legítimas por parte da população e os governantes tem obrigação de prestar atenção a isto. Inclusive, são legítimos protestos em razão da insatisfação. Mas, nos regimes democráticos, as insatisfações com governos devem ser resolvidas, se for o caso de afastar esses governos, através do voto nas eleições.
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A nossa Constituição prevê a perda do mandato presidencial a partir de crimes de responsabilidade e isso a atual presidente, eleita por maioria dos votos, não cometeu. Nosso país pode estar atravessando uma crise econômica, o governo pode ter baixa aprovação e minoria no Congresso, mas isso não significa crime de responsabilidade. Os decretos que suplementaram o orçamento de 2015, que resultaram na abertura do processo de impeachment autorizados no artigo 4º da Lei Orçamentária, não superaram a meta fiscal, modificada por lei aprovada no Congresso em ato legal.
Além disso, todos os presidentes que antecederam este governo utilizaram-se de decretos para a suplementação. Dilma também está sendo acusada de ter feito operações de crédito não autorizadas em programas sociais e no crédito subsidiado. Contudo, nos programas como seguro-desemprego, abono salarial e bolsa-família, o governo deposita valores em contas da Caixa Federal para o pagamento dos beneficiários. O saldo ao fim do exercício era positivo, portanto a Caixa não financiou os programas sociais. Assim como no crédito à agricultura e à indústria não houve empréstimo à União.
Juridicamente, Dilma não fez pedaladas e não responde a processos judiciais, ao contrário de muitos dos que tentam derrubá-la, como Eduardo Cunha. Então, o que está em curso é uma pedalada política porque a oposição ainda não aceitou a derrota nas urnas. A oposição deve disputar o governo no voto. É assim numa democracia. Fora disso, é golpe contra a Constituição. Nada impede que as pessoas sejam contra o governo e que se manifestem, mas impeachment sem crime de responsabilidade é golpe e eu não voto a favor de golpe.
Mauro Pereira (PMDB), deputado federal
Sou a favor do impeachment de Dilma Rousseff porque o governo fez promessas antes das eleições de 2014 e após promoveu um golpe contra os brasileiros.
Antes, as promessas. Em 2014, a presidente e sua equipe fizeram uma série de promessas. Entre elas, de não aumentar a energia elétrica, não mexer em direitos trabalhistas assegurados - chegou a garantir que isso não ocorreria "nem que a vaca tussa". Como forma de atrair investimentos, Dilma reduziu taxas de juros e prometeu mantê-los em patamares baixos, possibilitou excesso de crédito, desonerou a folha de pagamento das empresas, propôs maiores créditos para imóveis. Anunciou que não seriam elevados os preços dos combustíveis, prometeu investimentos em saúde, educação e segurança.
Depois, o golpe. Passadas as eleições, veio o calote, o estelionato, o golpe. A presidente determinou novas regras para trabalhadores, cortando dezenas de bilhões de reais, medidas que aumentaram o tempo para requerer o seguro-desemprego, ampliaram prazo do pagamento do auxílio-doença e colocaram restrições na requisição de pensão por morte. Na educação, foram também foram bloqueados bilhões do orçamento. Na saúde, hospitais e fornecedores não foram pagos e ainda não receberam.
Em relação aos juros, elevou as taxas. Dilma ainda anunciou medidas de aumentos de impostos, que afetaram os preços dos combustíveis, encarecem o crédito para a pessoa física e elevaram os tributos sobre as importações. Na energia elétrica, foram aumentos superiores a 80% para empresas e residências.
Se somam a esses golpes as pedaladas fiscais, atestando de modo irrefutável o crime de responsabilidade. Houve ainda manipulação nas contas públicas e atraso de repasse para bancos com a intenção de camuflar o déficit e enganar o mercado. Além disso, Dilma criou um caos social e econômico, com recessão e desemprego a níveis históricos. Um governo que não paga o seguro agrícola, corta verbas e achaca seus filhos, que são os Estados, não paga fornecedores, entre tantas falcatruas.
No fim, a corrupção. Se isso não bastasse, os brasileiros testemunharam o maior escândalo de corrupção da história, fruto de um excepcional trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, avalizado pela imensa maioria da população e só desacreditado pelo PT e seus comparsas. O escândalo da Petrobrás escancarou ao mundo as garras nefastas do partido que tomou o país para si e para se manter no poder manipulou recursos, distribuiu propinas e mostrou um Brasil irreal. Seus maiores líderes foram presos e condenados, e a farsa foi sendo mostrada aos brasileiros.
Mas chegou a hora de mudar tudo isso. O povo precisa voltar a ter esperança, que começa com o impeachment já.
Opinião
Veja como votam os deputados de Caxias do Sul no impeachment de Dilma
Mauro Pereira (PMDB) e Pepe Vargas (PT) argumentam seus votos a favor e contra, respectivamente
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