O Ministério Público de Caxias do Sul está preocupado com a utilização do prédio e com a preservação do entorno da antiga metalúrgica Abramo Eberle (Maesa). No dia 2 deste mês, a Promotoria Especializada de Justiça de Caxias do Sul, encaminhou recomendações de cuidados com o prédio ao Executivo.
A medida leva em conta a tendência de que a Rua Plácido de Castro, em frente à Maesa, seja palco dos desfiles da Festa da Uva. A definição ainda não foi anunciada, mas a maioria da comissão que trata do assunto, demonstra preferência pela mudança da Rua Sinimbu para a Rua Plácido de Castro. A recomendação do MP pode interferir na decisão da comissão, que analisa ainda, uma série de requisitos técnicos, que irão observar iluminação, som e capacidade de arquibancada.
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A promotora Janaína De Carli dos Santos, explica que a recomendação considera o tombamento do prédio, que deverá ser preservado, e a utilização pública do espaço. Ela explica que há um inquérito instaurado, para acompanhar a destinação do prédio da Maesa, e com a possibilidade dos desfiles são necessários cuidados. A promotora ressalta que o espaço não deve ser usado para confecção e montagem de carros alegóricos de entidades privadas.
- A Maesa é um patrimônio histórico, nossa intenção é que seja preservado e utilizado pela comunidade. O prédio foi doado para ocupação pública, por isso, recomendamos cuidados para que não se transforme num depósito de carros alegóricos. Também é preciso preservar o entorno, evitar danos as fachadas e cuidar das árvores, e do passeio público - afirma.
O MP também recomenda que pessoas envolvidas na organização do evento não devem entrar e circular no prédio. Além disso, quer garantia que a desmontagem das arquibancadas na Plácido de Castro ocorra rapidamente.
O procurador do município, Victório Giordano da Costa, afirma que o município respeita as recomendações e irá se reunir com o MP para buscar medidas que estejam de acordo com a prefeitura e o Ministério. Contudo, ele entende que a passagem dos carros alegóricos pela Plácido de Castro provoca menos prejuízo a estrutura do prédio do que um caminhão ou ônibus. Ele ressalta ainda que a prefeitura não pretende utilizar o espaço para instituições privadas.
- Temos o maior interesse em preservar, mas entendemos que a passagem de um carro alegórico, não irá afetar a estrutura do prédio. Vamos sentar e conversar com a promotora para estabelecer medidas convergentes - afirma o procurador.
A fundição Voges ainda está em funcionamento no prédio da Maesa. Além disso, o prédio ainda não foi escriturado para o município. Segundo o procurador, existe uma lei estadual que autorizou o Estado a doar a Maesa para o município, mas os documentos ainda estão tramitando e a escritura em nome do município não está pronta.
Preservação
Ministério Público recomenda cautela no uso do prédio da Maesa em Caxias
Rua Plácido de Castro, em frente a antiga metalúrgica, pode ser palco dos desfiles da Festa da Uva
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