Dois projetos de lei que criam políticas de legalização de loteamentos em Caxias do Sul passam por votação na Câmara de Vereadores nesta quarta-feira. Um dos projetos é para a criação programa Regulariza Caxias.
O texto cria diretrizes e procedimentos para a legalização das áreas. É um conjunto de medidas jurídicas, ambientais, urbanísticas e sociais e engloba várias secretarias. Para isso, prevê a classificação das áreas de acordo com a infraestrutura e a caracterização da população de acordo com a renda.
O programa foi elaborado a partir da criação do Grupo de Trabalho de Regularização Fundiária, criado em maio deste ano. A classificação é prevista em três níveis. O nível um engloba loteamentos que têm infraestrutura mínima, como drenagem pluvial e energia.
Apesar de terem equipamentos públicos, muitos enfrentam entraves burocráticos para a legalização, conforme explica o secretário de urbanismo Fábio Vanin.
- Às vezes o entrave está na questão da destinação de áreas públicas. Há alguns parâmetros da lei federal, da lei municipal de parcelamento do solo, como, por exemplo a doação de área institucional. Qualquer parcelamento do solo acima de 10 mil m² precisa ter, necessariamente, 15% de área que fica titulada ao município, mas muitas vezes isso não acontece. Outros entraves que podem acontecer são relativos a áreas de risco ou preservação permanente, onde vai caber uma análise técnica em cada um dos casos - explica Vanin.
O nível dois, é para loteamentos que ainda não atingiram a infraestrutura mínima e o nível três para regiões incompatíveis com o zoneamento, como áreas de preservação permanente.
O texto também prevê que os loteamentos sejam caracterizados como interesse social ou específico. Interesse social são loteamentos com mais de cinco anos, habitados por população de baixa renda. O restante se enquadra no item de interesse específico.
O projeto prevê procedimentos de regularização para cada caso a partir da caracterização e da classificação. A legalização pode ser solicitada pelo o município, beneficiários das áreas e entidades sociais.
A câmara também vota hoje a criação do Fundo Municipal de Regularização Fundiária, Defesa e Gestão da Ordem Urbanística. O dinheiro será obtido por meio de multas, acordos judiciais e compensações.
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