O conselho diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS) discute segunda-feira a forma de avaliação dos sete candidatos que disputam a vaga de reitor da UCS para o período 2014-2018. O presidente do conselho, padre Roque Grazziotin, defende que cada concorrente passe por uma sabatina de uma hora para apresentar o plano de gestão perante o grupo de nove representantes de sete entidades que compõem o colegiado.
O processo eleitoral começou já com indicativos de polêmica. O Diretório Central de Estudantes (DCE), a Associação dos Docentes (Aducs) e a Associação dos Funcionários da Fundação (Affucs), entidades que não participam diretamente da escolha, iniciaram uma articulação para evitar o que ocorreu na última eleição, em 2010. Naquele ano, a consulta realizada com alunos, professores e funcionários apontou a professora do Centro de Ciências da Saúde Nilva Lúcia Rech Stédile como preferida da comunidade acadêmica. Ela obteve 50,71% dos votos, contra 36,31% para o atual reitor, então candidato à reeleição, Isidoro Zorzi. O conselho entendeu ser soberano para a escolha e reelegeu Zorzi.
Apesar do esforço das entidades, que conversaram com todos os conselheiros, o colegiado anunciou que não haveria consulta nos moldes dos dois pleitos anteriores. Coube às unidades universitárias indicar nomes para a disputa, que puderam optar por concorrer caso cumprissem os requisitos. Dos 20 indicados, sete quiseram se tornar candidatos e tiveram a inscrição homologada.
A forma de indicação provocou nova reação da entidade estudantil, que pleiteia a eleição direta para reitor e considera a indicação via centros confusa. Segundo a tesoureira do DCE, Daniela Bevilaqua, nem todos os estudantes foram ouvidos e houve diretores de centro que teriam se autoindicado para disputa. Além disso, ela considera que um dos principais aspectos da consulta, a oportunidade de debates entre os candidatos, foi outra perda do processo deste ano.
- Nem tínhamos mais que estar discutindo a consulta, mas sim a eleição direta. Queríamos dar um passo a frente, não um passo para trás, como está acontecendo - lamenta.
Grazziotin, que representa o Ministério da Educação no colegiado, ressalta que, conforma o estatuto da FUCS, a participação acadêmica se restringe à indicação de candidatos, mas a definição do nome é prerrogativa do conselho.
- Houve uma falha na interpretação da consulta, não por parte do conselho. Deu um mal-estar, então se definiu que a consulta seria através dos centros.
Grazziotin nega a falta de participação de estudantes na indicação, classificando a reclamação como "conversa fiada". Ele também confirma que não haverá debate das propostas e que a apresentação deve ser restringir aos conselheiros, "que são quem vai votar".
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